É comum associar o período da gravidez a repouso e recolhimento de atividades muito agitadas. Há não muitas décadas, mulheres grávidas ficavam em absoluto descanso, mesmo com a saúde impecável.
Hoje, novos tempos, novos hábitos: estudos científicos descobrem que o exercício físico durante e depois da gravidez faz muito bem para mãe e bebê, desde que com acompanhamento e aval médicos. Karina Hatano, médica do esporte, ressalva a importância de manter o obstetra ciente de toda a rotina de atividade física, mesmo que seja de baixo impacto. No caso das mamães corredoras, Hatano orienta que é preciso ter cuidado com a pressão arterial, que deve ser monitorada antes e depois da corrida.
A intensidade dos exercícios também deve ser menor: se você curte um treino “faca na caveira”, vai precisar baixar o ritmo para não prejudicar sua saúde e a do bebê. Por isso é importante conversar com um treinador apto para adaptar a planilha de acordo com o seu momento. “Treinos de tiros (fartleks) devem ser cautelosos para evitar quedas e esforço excessivo. É importante que a gestante respeite os sinais do próprio corpo e não vá além dos limites”, reitera a médica do esporte.
Muitas mulheres que têm filhos ou estão à espera de um bebê já ouviram falar que os três primeiros meses são a fase mais delicada da gravidez. Karina Hatano explica que, de fato, o risco de aborto é maior nessa fase. Por isso, repetimos o conselho de sempre consultar o seu médico. “Se a mulher já for ativa e estiver saudável, sem contraindicações do profissional, é possível correr sem interrupções”, afirma.
A blogueira Camila Serakides que o diga. Fã de corrida e outros esportes, só descobriu que estava grávida no final do segundo mês da gestação. “A essa altura já tinha feito de tudo: rapel, um monte de provas, sendo que duas me renderam um pódio. Ou seja, levei uma vida normal, sem qualquer sintoma de que estava esperando um bebê. Depois da descoberta, meu médico liberou a continuação das atividades, só com o cuidado de pegar mais leve e controlar os batimentos cardíacos”, conta a mãe de Nicolas — hoje com 1 ano —, que seguiu com os treinos de corrida e fortalecimento até o oitavo mês da gestação.
Claro que há mulheres que enfrentam a gestação com muitos desconfortos e precisam dar um tempo das atividades, até das corriqueiras. Mas se estiver tudo o.k. durante a gravidez, é possível se exercitar até às vésperas de dar à luz.
A professora de educação física Daniela Murcciollo é outro exemplo de mamãe ativa: “As minhas gestações foram muito saudáveis. Corri, nadei e andei muito de bicicleta. Meu médico sempre me acompanhou de perto e dizia: “Cansou? Parou. Doeu? Parou”, relembra Dani, que correu durante as quatro gestações. “No dia do parto, cheguei até a trotar. Não tinha um plano de treino definido — corria quanto aguentava de forma saudável”, explica. Já na 39ª semana, Daniela sentiu um incômodo devido ao ganho de peso do bebê, e naturalmente reduziu a intensidade dos treinos.
Na linguagem da fisiologia, o exercício físico proporciona o aumento da circulação sanguínea, melhorando a oxigenação das células do corpo da mãe e do bebê. Estar em movimento estimula a produção de hormônios como a endorfina (trazendo a sensação de bem-estar). E mais: estudos comprovam que a corrida reduz o risco de desenvolver depressão pós-parto, além de ser uma ótima aliada do controle de peso.
No pós-parto, Karina Hatano recomenda esperar até seis meses para retomar os treinos. “Esse resguardo varia de acordo com a recuperação da mulher depois de dar à luz”, esclarece. Daniela Murcciollo conta que todos os seus partos foram normais, o que facilitou ao voltar à prática de exercícios. “Quinze dias depois do nascimento comecei a sair, que sensação maravilhosa! Para voltar ao ritmo, comecei com 2 km e aumentei gradualmente a distância”, recorda.
Os benefícios não se limitam à melhora da autoestima: treinar depois do parto ajudará a eliminar os quilinhos extras. “Dois meses depois do nascimento do Nic, voltei a correr. Na primeira semana, emagreci 10 kg. Nem parecia que havia acabado de ganhar um bebê! Minha saúde estava ótima”, lembra Camila Serakides, saudosa.
Muitas mamães, porém, sentem dificuldade em voltar à ativa porque não têm com quem deixar o bebê. Nesses casos, vale levar o pequeno no carrinho e matar o treino do dia. Só precisa de um pouco de técnica para tal: “Qualquer inclinação mínima durante o percurso já dá uma baita diferença para empurrá-lo, considerando que um carrinho tenha 13 kg mais o peso do bebê”, explica Camila, que dá a dica de correr com o carrinho revezando os braços para não se cansar — enquanto uma mão segura a manopla, a outra se movimenta normalmente para a corrida.
A blogueira correu os 5 km da etapa de São Paulo do Circuito das Estações acompanhada do carrinho, além de uma prova internacional de 10 km. “Exige um pouco mais de fôlego para correr empurrando o equipamento, mas compensa ver a felicidade do bebê. Fora que você também se diverte muito”, finaliza.
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