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Por Gabriela Capo
Todo mês, a maioria das mulheres apresenta os mesmos sintomas: corpo dolorido e inchado, vontade de comer doce, cólicas, alteração no humor… É a famosa TPM, a tensão pré-menstrual, que além de sinalizar que nenhum óvulo foi fecundado, também pode indicar que o corpo não está na melhor condição para a prática de exercícios físicos. O ciclo menstrual dura 28 dias e tem quatro fases. A menstruação é a primeira, que ocorre do 1º ao 4º dia. Depois vem a pós-menstrual, do 5º ao 11º dia, seguida da intermenstrual, que vai até o 22º dia. A pré-menstrual acontece entre o 23º e o 28º dia.
Na fase pré-menstrual, devido à influência do aumento nos níveis de progesterona, o desempenho nas atividades físicas sofre redução. Há diminuição na capacidade de concentração e maior fadiga muscular e nervosa. Mas o pior período é o menstrual, afirma Edilson Ogeda, ginecologista e obstetra, que dá a dica: “Exercite-se quando há o aumento da testosterona, hormônio anabólico, depois da menstruação”.
Na fase pós-menstrual, a taxa de estrogênio cresce e há maior secreção de noradrenalina, responsável pela alteração hormonal com a adrenalina, a dopamina e a serotonina. É aí que há uma melhora significativa na performance. De acordo com a especialista em ginecologia Angela Maggio da Fonseca, mulheres que apresentam fluxo menstrual normal podem manter a atividade física nesse período normalmente. “Mas as mulheres que apresentam fluxo intenso devem retornar às atividades físicas após a diminuição do fluxo”, alerta. Já garotas com pouco sangramento e que não têm cólica são pouco prejudicadas com exercícios no período menstrual.
Mas a maior frequência dos sintomas é mesmo na quarta fase do ciclo, a pré-menstrual: “as alunas reclamam de pernas pesadas no primeiro dia do fluxo e, consequentemente, pouca performance, até uma maior cobrança de si mesmas nos dias que antecedem a menstruação”, diz Fernando Pessoa, professor da Race Consultoria Esportiva.
Aquela ajudinha
Para amenizar cólicas e dores de cabeça no período pré-menstrual,a corrida é um ótimo remédio. “A atividade aeróbia libera endorfina e melhora a retenção hídrica nesse período”, recomenda Edilson Ogeda. Além de aumentar a capacidade aeróbia, esse tipo de exercício ajuda a melhorar os sintomas da fase pré-menstrual, especialmente na depressão. “Pela queda da progesterona, as mulheres sentem-se mais sedentárias”, explica Fernando Pessoa. Portanto, a corrida torna-se importante inclusive para levantar a autoestima! Os exercícios minimizam os desconfortos pré e intermenstruais. “Porém, se a mulher estiver com dor — seja cólica ou dor de cabeça —, ela deve fazer uso de algum analgésico indicado pelo seu médico antes de retornar aos exercícios”, adverte Angela. Na TPM, período de muita cólica, é interessante não ingerir alimentos com sal, álcool e cafeína – inclusive chás. Frutas diuréticas e com bastante água são a melhor pedida, como abacaxi, melancia e mexerica. É preciso também evitar o excesso de açúcar e dar sempre preferência a bebidas como sucos e água.
Disfunção
A corrida gera um estresse muito grande no corpo, que, aliado às alterações causadas pela menstruação, pode desequilibrar as funções corporais. A ausência da menstruação em atletas tem alta incidência. É chamada amenorreia, fruto da repetição de exercícios físicos extenuantes, incidente principalmente em quem tem o índice de gordura abaixo de 22% do peso corporal total. Provocada pela interrupção na produção de estrogênio, responsável pela regulação da menstruação, só pode ser evitada se os treinos forem adequados e a alimentação, balanceada.
(Fontes: Angela Maggio da Fonseca, especializada em ginecologia, professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, membro da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (Sogesp); Edilson Ogeda, graduado em ginecologia pela Faculdade de Medicina da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e especialista em ginecologia e obstetrícia pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia; Fernando Pessoa, professor da Race Consultoria Esportiva, graduado pela Faculdade de Educação Física de Santo André)
(Matéria publicada na Revista O2 – edição #102 – outubro de 2011)
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