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Por Paula Ricupero
São muitos os mitos que envolvem a gravidez e a corrida. Por medo de que o esporte prejudique sua saúde e a do bebê, muitas mulheres abandonam os treinos assim que descobrem que vão ser mamães.
Contudo, já está comprovado que há uma série de benefícios relacionados à atividade durante a gestação – desde que autorizada pelo médico.
Segundo a ginecologista e obstetra Cristina Carneiro, entre os benefícios biológicos estão o menor ganho de peso, redução do risco de desenvolvimento de diabetes gestacional, diminuição de complicações obstétricas, menor risco de parto prematuro, menor duração do trabalho de parto, menor índice de cesárea e melhora da capacidade física. “A mulher tem ainda, uma melhora da autoestima e da sensação de bem-estar, sem falar que o esporte também reduz o isolamento social e diminui o estresse, a ansiedade e o risco de depressão”, complementa.
Para ter uma gestação tranquila e saudável correndo, saiba o que acontece em cada trimestre da gravidez e também como isso afeta a prática esportiva.
Desacelere!
1 A 3 MESES
Desde o início é preciso diminuir a intensidade da corrida durante a gestação e procurar um lugar plano e livre de buracos. Evite, também, correr em clima quente e úmido ou fazer exercícios prolongados e extenuantes, pois isso pode elevar muito sua temperatura e prejudicar o bebê”, explica Cristina.
A dentista Soraya Manieri conta que no início ficou com medo de continuar a correr por causa da sua idade, 38 anos. “Minha médica, porém, não se opôs aos treinos desde que eu me sentisse bem e os exames continuassem normais. Ela só não liberou treinos longos e de impacto”, diz ela, que continuou correndo durante quase toda a gestação.
PODE ISSO, MAMÃE?
3-6 MESES
Nessa fase, a barriga começa a aparecer, então a corredora pode ter de enfrentar os questionamentos. A professora Daniela Vasconcelos dá seu exemplo: “Era muito engraçada a atitude das pessoas. Quando me viam correndo, arregalavam os olhos. Na academia onde trabalho, os clientes falavam que eu era louca e alguns até reclamaram na gerência”, lembra. Críticas à parte, Cristina explica que é preciso ficar atenta à frequência cardíaca, evitando que os batimentos fiquem acima de 140 bpm. “É essencial também que a mulher beba muita água para não desidratar e diminuir o fluxo sanguíneo para o útero e causar contrações.”
EQUILIBRADA
6-9 MESES
Com a barriga cada vez maior, o centro de gravidade se altera, facilitando o desequilíbrio. Se, na
pior das hipóteses, ocorrer alguma queda, “tente cair de lado ou sobre as mãos e joelhos para evitar o trauma abdominal”, alerta a obstetra. Se o peso sobrecarregar as articulações e você sentir dores,
o melhor é recorrer às caminhadas, aconselha Cristina. Já no último mês, a ginecologista aconselha o repouso, mas ainda sim é permitido se exercitar se houver aval o médico. “Com 36 semanas passei a fazer apenas caminhadas e assim segui até o parto. Sem dúvidas, manter a atividade na gravidez só me trouxe benefícios.”
VOLTA NA BOA
PÓS-PARTO
Em caso de parto normal, Cristina afirma que a atleta pode voltar a correr em baixa intensidade e ir aumentando aos poucos já na primeira semana pós-parto, desde que se sinta bem-disposta. “Já no caso da cesárea é necessário aguardar cerca de três meses para a total cicatrização da parede abdominal, evitando a formação de hérnias.” No caso da economista Thayana Azevedo, dois meses após a cesariana foram suficientes para que seu médico a liberasse a correr. “Apesar de me sentir pronta, precisei conter a minha ansiedade em relação aos treinos. O acompanhamento e a orientação neste momento foi fundamental.”
(Matéria publicada na Revista O2, edição 147 de Agosto de 2015)
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