Muito mais do que belos e atraentes, os tops devem oferecer conforto, sustentação e segurança, afinal, irão proteger a parte mais sensível do corpo feminino. E não há como negar: seios bem estruturados influenciam, sim, a performance das corredoras. “O uso de peças inadequadas afeta o desempenho na corrida. O incômodo do deslocamento das mamas, além de prejudicar o centro de equilíbrio e fazer com que a corredora gaste mais energia para mantê-lo, também reduz a sua concentração, causando uma fadiga imaginária”, explica treinador da academia Fit Stop Richard Ielson.
Pesquisa realizada pela Universidade de Portsmouth, na Inglaterra, mostra que, durante a corrida, os seios seguem uma trajetória no formato de um oito. Já o balanço sofrido por eles depende de seu volume: tamanhos 44 e 46, por exemplo, balançam em média 9 centímetros, sendo que, quanto maiores os seios, maior será esse movimento. Tal impacto acaba forçando os ligamentos de Cooper, estrutura frágil composta por faixas fi brosas que fixa as mamas à pele. Daí a importância do uso de peças de sustentação: elas reduzem o esforço desses ligamentos contendo o impacto. Segundo os cientistas do estudo, um sutiã diminui o balanço em 38%, enquanto os tops podem reduzi-lo em 78%.
A diferença entre o sutiã e o top está exatamente nesse poder de proteger os seios apesar do impacto. “O ideal é que a praticante faça o uso de um top específico para a modalidade esportiva porque o sutiã não tem a sustentação necessária para os seios durante a corrida”, orienta o treinador da academia Runner Felipe Augusto Guadagnin.
“O sutiã aumenta o impacto local e proporciona sintomas dolorosos nas mamas durante ou posteriormente à atividade física”, explica Silvio Bromberg, mastologista do Hospital Israelita Albert Einstein. “E também facilita a movimentação das mamas durante a corrida, favorecendo a formação de uma zona local de atrito que pode culminar em lesões cutâneas.”
AMIGO DO PEITO
Sempre que sai às compras em busca de um top, a historiadora Camilla Farah, de 25 anos, procura é a proteção que ele vai proporcionar. “Vejo muitas mulheres preocupadas com a estética dos tops, mas, como eu uso camiseta, opto pela sustentação. Acho que é importante escolher um modelo com um elástico que dure e com um tecido bom, que permita uma transpiração melhor.” Dona de seios fartos, ela prefere os modelos com alças largas e estilo nadador. “Eles ficam mais firmes”, esclarece, “não gosto de modelos presos no pescoço, pois acabam machucando.”
Assim como Camila, todas as corredoras devem levar em conta o tamanho e o volume de suas mamas na hora da escolha. “Quando as mamas variam de pequenas a médias, as corredoras podem abusar dos decotes, pois o deslocamento dos seios será menor”, ensina Ielson. Já no caso dos seios grandes, os cuidados devem ser maiores. “Redobre a atenção nas alças. Elas devem ser mais largas, de modo a oferecer maior sustentação”, diz Bromberg.
“Tops fechados na parte da frente, sem decotes, são mais seguros e, na parte posterior, o ideal é o estilo nadador, também mais largo e fechado.” Outro aspecto que deve pesar nessa decisão é o tecido da peça. “A escolha do tecido é muito importante, pois ele é o responsável por sustentar as mamas, manter o corpo seco e não provocar lesões, ao mesmo tempo em que deixa a corredora confortável e bonita”, explica Ielson. Para não errar nessa escolha, é importante procurar os benefícios de cada um. “Uma vez comprei um top de cotton, que logo ficou mole e tive de abandonar. Desde então opto por modelos de supplex”, conta Camilla. Além de ser fi rme e resistente, outro benefício do tecido usado pela corredora é a secagem rápida.
Para Guadagnin, a dica é o tecido dry fit. “O ideal é que o tecido seja de um material leve, voltado à prática de exercícios e com uma boa absorção de suor”, esclarece. Um cuidado importante para preservar as peças desse material é lavá-las sem amaciante, pois o uso do produto bloqueia a tecnologia de absorção do suor.
EM BUSCA DO TOP IDEAL
Pesquisa que está sendo coordenada pelo médico do esporte José Felipe Marion Alloza, em parceria com a Santaconstancia, estuda o impacto da corrida nas mamas. “Pudemos evidenciar que o balanço das mamas, o atrito do top com o corpo, a sensação de aperto pelo uso de determinado top e o calor gerado nas mamas durante a atividade, além de dores nos ombros e cervical, ademais da mama, se fazem presentes em parte das corredoras avaliadas”, comenta Alloza.
As constatações de tais problemas devem ser levadas em consideração na busca do top esportivo ideal, com destaque para os aspectos suporte, estruturação, respirabilidade, ajuste e confecção. Com base nesses resultados, o consultor têxtil da Santaconstancia, José Favilla, desenvolveu um protótipo com base de sustentação e alças largas. O modelo também conta com compressão moderada, que não aperta os seios, e com um sistema de encapsulamento das mamas, mantendo-as firmes. Por enquanto, ainda não está nas lojas, mas a tendência é que fabricantes levem as informações em conta para a produção de peças mais ergonômicas e confortáveis.
Evitar tecidos pesados e modelos com bojos, que criam obstáculos à respiração e geram calor durante o exercício são algumas dicas. Antes de comprar, é importante experimentá-lo.
Fontes: Felipe Augusto Guadagnin, professor da academia Runner Santana; José Felipe Marion Alloza, médico do Esporte, ortopedista e traumatologista; Richard Ielson, Professor da academia Fit Stop; Silvio Bromberg, Mastologista do hospital israelita Albert Einstein.
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