Você já sabe que correr revigora a alma e deixa a cabeça muito mais tranquila. E, se não é mãe, pelo menos imagina que a maternidade é uma fase única na vida da mulher. Mas até que ponto ambas, corrida e maternidade, andam juntas sem que uma interfira na outra? Sim, durante a gestação o corpo da mulher passa por diversas alterações, como retenção de líquidos, inchaço nas pernas e até depressão.
A pediatra e nutróloga pediátrica Juliana Moraes Branco deixa claro que as gestantes que já treinavam podem continuar fazendo as suas atividades, mas é imprescindível que os exercícios sejam praticados com moderação e supervisão de um educador físico. “Com o treinamento muito intenso, a chance de ter um parto prematuro é grande, assim como mulheres que carregam muito peso ou que praticam o crossfit, por exemplo”, diz a médica.
Mas se durante a gestação os treinos devem ser controlados para que não haja exagero, após o nascimento do bebê a mamãe pode voltar a ser atleta sem medo — respeitando, claro, o período de recuperação exigido pelo médico. E se você tem dúvidas se conseguirá voltar a correr como antes, apresentamos a seguir quatro supercorredoras que são mamães (ou supermães corredoras) e que provam que a performance não cai após a chegada do filhote. Inspire-se!
Débora Aquino
A supermãe de 40 anos é psicóloga e já participou das maratonas de Amsterdã, Berlim, Boston e Chicago. Débora já treinava antes de ter a Maria Eduarda, de 5 anos, mas depois dela seguiu firme nos treinos e, mesmo com a descoberta de um câncer, não se abalou. “Já participei de provas muito duras, mas a mais complicada foi a de Boston. Eu tinha acabado as quimioterapias há oito meses. A prova em si já foi dura e o tempo não ajudou, mas mesmo assim fiz uma ótima marca (3h43min).” Ela se orgulha do seu quinto lugar em uma prova de 10 km, com42min53s (recorde pessoal na distância), e de suas melhores marcas — 42 km em 3h26min, 21 km em 1h38min.
Kele Veras
Após o nascimento de seu primeiro filho Matheus, de 11 anos, Kele fez caminhadas e pilates. Mas foi apenas após o nascimento de Bernardo, de 4 anos, que o bicho pegou. “Sessenta dias após o parto, eu tomei uma decisão. Decidi que precisava emagrecer e optei pela corrida, algo que hoje tem extrema importância na minha vida”, fala. Com 37 anos, ela ostenta marcas poderosas, como uma meia em 1h49min. “Não corri só provas leves depois de ser mãe, me arrisquei na Meia de Búzios, corrida mais difícil que já fiz, pois tinha várias trilhas fechadas. Além disso, eu tinha acabado de fazer a Maratona de Berlim… Foi um ato um pouco sem juízo.”
Daniela Mucciolo
Ela já disputou mais de 150 provas e ostenta marcas como 1h35min nos 21 km e 3h42min na maratona. Daniela Mucciolo, de 40 anos, é educadora física, dá aulas em uma academia e corre pra cima e pra baixo com Gabriela, de 15 anos, Guilherme, de 12, Rafaela, de 7 e Manuela, de 5. “Eu treinei antes, durante e após as minhas quatro gestações, inclusive a última descobri na Meia do Pão de Açúcar, pois passei mal”, lembra. “Não é fácil conciliar os treinos com a maternidade, mas isso não pode ser uma desculpa. Já passei por dificuldades sendo uma mãe corredora, mas também me superei e fiquei em quarto lugar na Meia de Atenas. Eu nunca imaginaria isso!”.
Adélia Batista
Entre os 47 troféus e 101 medalhas, Adélia ostenta seu maior prêmio, o pequeno Perses, de 5 anos. Mas se engana quem pensa que as conquistas vieram antes da maternidade. “Seis meses após a gravidez eu estava treinando bem, mas não queria nada, além disso. Mas logo participei de uma corrida e, então, decidi focar na performance”, lembra. “Já peguei pódio na Golden Four Asics, a prova mais desafiadora foi uma em que corri os 10 km em 39min49s, 5 km em 19min23s e 1 km em 3min29s no mesmo dia.” Adélia tem orgulho, também, de seus recordes pessoais: 21 km em 1h30min, os 10 km em 38min52s (primeira colocada) e os 5 km em 19min11s.
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