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Atravessando o Atlântico com um traje anti-tubarão

3,6 mil km. Essa é a distância que separa Dacar, no Senegal, da capital do Rio Grande do Norte, Natal, no nordeste brasileiro. Uma distância que normalmente é feita em algumas horas de avião ou em uma semana de navio. Muito longe não é mesmo? Agora imagine percorrer toda esta distância a nado, encarando fortíssimas correntezas, a imensidão do Oceano, as baixas temperaturas da água e possíveis ataques de animais marinhos como os temidos tubarões. Impossível? Loucura? Pois é justamente este desafio que Ben Hooper está encarando neste exato momento.

O policial aposentado e nadador master inglês deixou Dacar no último dia 5 de novembro e pretende chegar à costa brasileira em março do ano que vem. Hooper colocou na cabeça um objetivo bastante ousado: tornar-se o primeiro homem a atravessar oficialmente o Oceano Atlântico a nado.

Antes dele, apenas uma pessoa havia tentado cruzar a imensidão do Atlântico: o francês Benoît Lecomte, que nadou entre os Estados Unidos e a França, porém, seu feito nunca foi oficializado. Agora o inglês tenta registrar e levar este título de pioneiro.

Hooper tenta entrar para o Guinness Book – Foto: Island Breeze Photography

Hooper traçou uma estratégia para conseguir realizar seu objetivo. Primeiro definiu a equipe que o estará acompanhando e monitorando nos próximos meses. São médicos, nutricionistas, preparadores físicos e uma equipe que produzirá um documentário sobre sua travessia divididos em dois barcos de apoio. Nas embarcações o nadador vai descansar, dormir e se alimentar. Ele nadará em média de 12 a 14 horas por dia e calculou que perderá cerca de 12 mil calorias. Além de uma alimentação específica para aguentar o tranco ele tem outro trunfo: um wetsuit especial.

Ao longo de sua jornada Hooper utilizará um traje especial desenvolvido pela Arena. Trata-se do Triwetsuit Sams Carbon, desenvolvido 100% em nylon e com borracha de neoprene Yamamoto que conta com a tecnologia Sams (Shark Attack Mitigation System) que tem como principal função afastar tubarões e outros predadores do caminho do nadador. O traje conta com a emissão de pulsos de alta frequência e repelentes químicos, fazendo com que Hooper pareça estar invisível e passe sem ser notado por estes peixes.

O traje Triwetsuit Sams Carbon da Arena – Foto: Reprodução/Arena

Para realizar esta travessia Hooper fez um treinamento específico na costa da Flórida, nos Estados Unidos, e no Mar Mediterrâneo, além de muitos treinos em piscina. O nadador espera entrar para o Guinness Book caso tenha sucesso e está registrando toda a aventura em seu site oficial, que conta inclusive com atualizações em tempo real da travessia. Até o momento ele já nadou cerca de 76 km e já esta em alto mar, mas ainda próximo a costa africana. Para acompanhar a travessia de Hooper clique aqui.

Por Guilherme Freitas

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