Pela primeira vez desde os Jogos de Atenas em 2004, a natação brasileira não passava em branco em edições olímpicas. Entre a edição na histórica cidade grega em 2004 e o Rio-2016 foram quatro medalhas conquistadas em Pequim-2008 e Londres-2012 com a dupla Cesar Cielo e Thiago Pereira. Desta vez competindo em casa, a seleção não conseguiu subir ao pódio diante da torcida que lotou as arquibancadas do Estádio Aquático Olímpico nos oito dias de competição.
Havia expectativa de pódio em alguns eventos, mas os melhores resultados foram dois quintos lugares. Um deles veio nos 100m peito masculino, com João Luiz Gomes Júnior, que completou a prova nesta colocação, duas à frente de seu compatriota Felipe França.
Após uma aguerrida seletiva, que teve quatro nadadores abaixo do índice exigido, o Brasil colocou seus dois atletas na final. Mas a medalha não veio.
Havia esperanças com o revezamento 4x100m livre, que pela primeira vez desde o bronze em Sydney-2000 chegava a uma final. Porém, o quarteto Marcelo Chierighini, Nicolas Oliveira, Gabriel Silva e João de Lucca não foi páreo para Estados Unidos, França, Austrália e Rússia, terminando em quinto lugar.
Outra expectativa de medalha estava nos 200m medley, talvez a melhor chance. Embalado pelos bons resultados após a prata em Londres (três medalhas nos Mundiais de 2013 e 2015 e o recorde de pódios nos Jogos Pan-Americanos), Thiago Pereira chegou motivado para fazer história em casa.
Mas ele não nadava por uma medalha, nadava apenas pela medalha de ouro. Seu objetivo era ser campeão olímpico. Por isso, teve um ritmo intenso nos primeiros 150 metros acompanhando Michael Phelps, mas o cansaço pela estratégia ousada bateu e ele ficou apenas em sétimo lugar.
Bruno Fratus, por sua vez, ficou com um sexto lugar. O velocista também chegou cotado para ganhar uma medalha. Depois do quarto lugar em Londres, vinha empilhando bons tempos nos 50m livre, em que chegou a nadar para 21s37. Foi campeão do Pan Pacífico de Gold Coast, vice no Pan-Americano de Toronto e bronze no Mundial de Kazan. Mas algumas lesões e a queda de rendimento entre o fim de 2015 e este ano custaram o lugar no pódio.
Outro velocista que também chegou à finalíssima foi Marcelo Chierighini, nos 100m livre. Ele foi o brasileiro que mais nadou no Rio-2016, com sete quedas na água (empatado com Etiene Medeiros) e nos 100m livre ficou em oitavo, após levantar a torcida na semifinal.
No último dia de finais, duas esperanças. Etiene Medeiros conquistava a primeira final feminina desde Pequim-2008 nos 50m livre. Após um início ruim nos 100m costas e uma melhora nos 100m livre, ela repetiu o desempenho histórico de Flavia Delaroli em Atenas-2004: oitavo lugar. Já o revezamento 4x100m medley masculino (Guilherme Guido, João Luiz Gomes Júnior, Henrique Martins e Marcelo Chierighini) encerrou o jejum de 36 anos sem ir à final e terminou em sexto.
Ao todo foram oito finais (novo recorde), sete no masculino e uma no feminino. Também foram 16 semifinais atingidas, três recordes sul-americanos quebrados, com Manuella Lyrio nos 200m livre, Etiene Medeiros nos 50m livre, Felipe França nos 100m peito e o revezamento 4x200m livre feminino e um recorde brasileiro nos 200m costas com Leonardo de Deus. A campanha também teve muitos nadadores longe de seus melhores tempos e que nos últimos meses vinham fazendo seus melhores tempos pessoais, como Guilherme Guido e Larissa Oliveira.
Pouco antes das finais da última etapa, o Coordenador Técnico da CBDA, Ricardo de Moura, concedeu uma entrevista para a imprensa brasileira. Nela, reconheceu que o desempenho apresentado na piscina não foi satisfatório, que esperava o pódio e que é preciso mudar a cultura esportiva no país. Prometeu mudanças, mas não entrou a fundo em detalhes e nem exemplificou que tipo de medidas serão tomadas.
Houve resultados positivos como os citados acima, mas por poucos nadadores. No fim, ficou a sensação de que o Brasil poderia ter ido bem melhor. Alguns atletas pioraram demais suas marcas e outros, se repetissem seus melhores tempos, entrariam em finais ou semifinais. Após a campanha no Rio-2016, a natação brasileira fica de mãos vazias e a luz amarela já pode ser acesa. Um novo ciclo olímpico terá início a partir de agora e mudanças precisarão acontecer.
Por Guilherme Freitas
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