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O Oceans Seven é o desafio de completar as sete principais travessias aquáticas do mundo. São elas: Canal da Mancha, Canal de Catalina, Estreito de Gibraltar, Canal do Norte, Canal Molokai, Estreito de Cook e Estreito de Tsugaru. Apenas dez nadadores conseguiram completar essa façanha – nenhum deles é brasileiro. Pelo menos, por enquanto. O carioca Adherbal de Oliveira, de 48 anos, já concluiu três dessas provas e treina para completar todo o desafio em 2021.
“Sempre gostei de superar desafios. Quando completava algum, já pensava em qual seria o próximo”, relembra Adherbal. Acostumado com a natação em piscinas, o carioca decidiu virar a chave para águas abertas e não se arrependeu.
“Cresci conseguindo bons resultados, mas fiquei um longo período afastado por conta de outras prioridades. Quando voltei, superei barreiras e me adaptei novamente ao esporte. Senti que era momento de experimentar os desafios do mar”, explica o nadador.
A ideia de participar da Oceans Seven surgiu em 2015, após uma conversa com sua namorada. “Ela que me recomendou entrar de cabeça nesse projeto. Sabia que era um desafio complicado e que precisava de uma equipe para conseguir vencer cada etapa”, conta o brasileiro.
Adherbal concluiu a travessia do Canal da Mancha, em 2015, do Canal de Catalina, em 2016, e do Estreito de Gibraltar, em 2017.
Canal da Mancha (2015) – França/Inglaterra
A travessia do Canal da Mancha é considerada uma das mais complicadas do mundo. “Sabia que era necessário muito estudo sobre o percurso. Por isso, contei com a ajuda de um treinador, uma nutricionista e um psicólogo”, conta o brasileiro.
Entre as principais adversidades da travessia, o nadador cita o intenso volume de água e a longa distância. “Principalmente no meio do canal, nadava o meu máximo para conseguir ficar parado no lugar. Tive que ter o psicológico forte para concluir o percurso”, relembra Adherbal, que completou o trajeto em 8h49min.
Canal de Catalina (2016) – Estados Unidos
Já imaginou nadar com a presença de tubarões? Pois é. Essa é uma das peculiaridades do Canal de Catalina. “O psicológico é testado ao extremo. Um pânico só. Apenas no final, quando meu corpo já estava muito fadigado, consegui parar de pensar nisso”, conta o brasileiro.
Além do possível encontro com tubarões, outra dificuldade da travessia é nadar no período noturno. “As travessias são realizadas por volta das 23h, apenas com dois bastões de iluminação. Me sentia uma isca viva”, brinca Adherbal. O carioca completou a travessia em 9h10min.
Estreito de Gibraltar (2017) – Espanha/Marrocos
“É uma prova muito difícil de acontecer. Tive que esperar 22 dias para abrir minha janela, por conta das condições do mar”, explica Adherbal. O Estreito de Gibraltar também é uma área de tráfego marítimo muito intenso, com barcos e navios de diferentes portes. Por isso, os nadadores devem ter uma atenção especial.
A dificuldade para realizar a prova é tão grande que o brasileiro teve que dividir janela com um americano. “Tive muita sorte de um atleta abrir essa exceção. Como a organização disponibiliza apenas um barco para fazer a escolta da travessia, nadei lado a lado com esse meu novo amigo de prova. Foi uma experiência bacana”, conclui Adherbal, que precisou de 4h08min para ir da Europa à África.
Planejamento é essencial para completar o Oceans Seven. Em junho, Adherbal parte para mais uma travessia, o Canal do Norte, que liga a Irlanda à Escócia. Ao mesmo tempo, o brasileiro já pediu uma solicitação para nadar o Estreito de Tsugaru, em 2021, no Japão. “Meu objetivo é que essa prova seja minha última nesse desafio”, deseja o nadador.
Para entrar no seleto grupo de nadadores que conseguiram completar as sete principais travessias do mundo, não é necessário seguir uma ordem de provas ou completar os eventos em um período pré-determinado. O importante é apenas nadar, nadar e nadar.
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