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Brasileiro conta como é fazer a travessia do Canal da Mancha

O empresário Felipe Penteado Putz está no mundo das travessias há 10 anos e sempre busca novos e maiores desafios em sua vida. Quando ficou sabendo em pesquisas pela internet que o Canal da Mancha é uma das travessias mais difíceis do mundo, sua curiosidade foi aguçada: ele decidiu que encararia esse novo desafio e se inscreveu na prova.

Felipe encarou os 35km de natação no dia 24 de agosto deste ano e já pensa em fazer a ida e a volta em 2017. Haja fôlego!

Sua preparação começou a mais de um ano da realização da travessia. Ele totalizou mais de 2.100km em treinos, além de musculação, acupuntura, massagem esportiva e acompanhamento com psicólogo e endocrinologista do esporte. Para encarar uma prova tão grande, é necessário ter o suporte de uma boa equipe de profissionais.

O atleta encarou as águas geladas e os fortes ventos entre a Inglaterra e a França acompanhado de Igor Souza, um atleta que conhece muito bem o percurso e é altamente requisitado por atletas do mundo para atuar como guia nessa travessia.

 

 

Felipe ficou na cidade de Folkestone, na Inglaterra, durante seis dias para terminar sua preparação e conhecer o local de onde partiria para sua primeira travessia no Canal da Mancha. No primeiro dia, no entanto, o mar revolto deixou o empresário um pouco assustado e atrapalhou seu treinamento.

No segundo dia, com o mar mais calmo, Felipe fez um treino de apenas 1h e já conseguiu sentir como realmente seria a travessia. Já no terceiro dia, com o mar em condições bem mais favoráveis, o atleta foi avisado que largaria para a travessia durante a madrugada, assim que a maré virasse.

O nadador sentiu o peso do desafio que encararia quando a noite chegou. Seu sono não foi dos melhores, atrapalhado pela ansiedade e pela necessidade de partir às 2h para a marina, já que a travessia começaria por volta das 3h.

O empresário conta que a prova foi muito mais difícil do que ele imaginava. “A água gelada atrapalha muito, ela vai te consumindo aos poucos, vai tirando suas forças. E nos quilômetros finais ainda existe uma correnteza terrível. A sensação era de como se um rio cortasse o mar e te levasse para o lado com muita força”.

“Tudo fica muito perto da praia. Ou seja, você nada mais de 10 horas e quando está exausto e quase acabado precisa ter força para vencer essa correnteza, chega a ser desesperador”, acrescenta ele. O ponto onde essa correnteza é notada é o local que concentra a maioria das desistências e tragédias da travessia. Com muito esforço, porém, ele conseguiu terminar com o tempo de 13 horas e 52 minutos e muita alegria.

Karina Dias

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