A pernambucana Etiene Medeiros poderia ter a palavra desafio no sobrenome. Aos 24 anos, a nadadora do SESI, nascida em Recife (PE), se prepara para cair na água nesta quarta, na 44º edição do Troféu José Finkel, no Clube Pinheiros, em São Paulo, que vai até o próximo sábado (22 de agosto). Etiene recentemente conquistou a medalha de ouro nos 100 m costas no Pan de Toronto, e a prata nos 50m costas no Mundial de Kazan. As duas medalhas são inéditas para a natação feminina brasileira. A nadadora também se tornou a primeira brasileira a medalhar em piscina de 50 m em mundiais. Em 2014, no Mundial de Doha, Etiene também fez história na piscina de 25 m, ao trazer a também inédita dourada nos 50 m costas.
Vivendo em São Paulo e treinando com Fernando Vanzella, um dos ícones em treinamento de natação no país, Etiene Medeiros vai competir em três provas no José Finkel. Nesta quarta, a partir das 10h, ela nada as baterias dos 50 m livre. Já na sexta, ela disputa os 50 m borboleta e os 50 m costas. Já com o sonho olímpico na cabeça, a brasileira fala um pouco da sua preparação para os Jogos de 2016, assédio da imprensa, da mandioca e tapioca – itens obrigatórios em sua dieta– e da conexão com a terra natal, Pernambuco.
O que você espera desta semana de competições no Troféu José Finkel? A meta é ajudar meu clube (SESI) e as meninas mais novas. Ter essa postura mais de referência na equipe é novo para mim e estou curtindo muito transferir toda a emoção e crescimento em competições internacionais para os atletas mais jovens. Amanhã, eu tenho os 50 m livre. E, na sexta, 50 m borboleta e 50 m costas. Estou bem e fui critica e seletiva nas provas que ia disputar aqui em São Paulo. E acho que foram escolhas acertadas e tanto eu quanto equipe estamos muito bem em relação a isso.
O que mudou para você após as conquistas no Pan e no Mundial de Kazan? Mudou bastante coisa. O assédio da imprensa aumentou também. Estou em busca de um sonho e isso tudo está sendo motivador. Estou trabalhando com um cara de alto nível na natação, que é o Fernando Vanzella. Ele tem me ajudado muito a equilibrar e lidar com o assédio e coisas que podem tirar o foco do trabalho e com a pressão que as conquistas trazem.
Como você lida com o fato de hoje ser uma atleta em condições de brigar por uma medalha nas Olimpíadas do Rio de Janeiro? Cada competição tem um objetivo, e nós fazemos o planejamento pensando em cada uma delas. Esses resultados em 2015 somam para que no Rio eu sonhe alto. Mas todo esse bom clima não garante que as coisas aconteçam. É muito motivador vencer, para ajudar nos próximos passos. Pensar um dia de cada vez: essa é a minha meta. Os Jogos [Rio 2016] serão uma grande aventura para mim, e eu já me sinto dentro deles. Mas, antes, eu preciso conseguir índice para estar dentro das Olimpíadas.
O que você quer melhorar na sua performance e treinamento para chegar bem às Olimpíadas? Eu ainda não sentei com a comissão técnica para avaliarmos os últimos resultados, para saber se a biomecânica melhorou. Eu vou tirar alguns dias de folga depois do Troféu José Finkel e aí vamos traçar o melhor planejamento. Eu me vejo mais madura com as disputas no Canadá e na Rússia. E sei que vamos precisar de algumas coisas diferentes para 2016. Esta semana, quero nadar o melhor que conseguir aqui no Pinheiros.
Fora das piscinas, que tipo de coisa que você gosta de fazer, para quando cair na água estar mais focada? Eu gosto muito do mar. Sempre que dá, eu corro para Ubatuba ou Guarujá, para poder sentir a energia da natureza e me recarregar. Eu também curto ficar no sítio da família do meu namorado. Eu sou formada em gastronomia e frequentar restaurantes, comer bem me relaxa também. Só assim, eu consigo me desligar um pouco da vida de atleta.
Que tipos de alimentos não podem faltar na sua dieta e no seu dia a dia de atleta? Atleta tem uma alimentação mais restrita, e eu procuro manter o foco para que a alimentação mais light potencialize minha performance. Como muito frango, carne e peixe. Eu adoro camarão, mas não dá para comer sempre. A macaxeira (lá de Pernambuco e que meus pais trazem) é obrigatória. Tapioca também faz parte da minha dieta. Eu cresci com essas referencias dentro da cozinha.
Recordes no Troféu
Nas eliminatórias desta terça-feira, a australiana Taylor Maree Mckeown, convidada do Minas Tênis para a competição, quebrou o recorde nos 200m peito do Troféu José Finke, com o tempo de 2m28s45. A melhor marca, até então, pertencia a Julia Sebastian, da Argentina, com 2h28s99, em 2013. Os brasileiros também não ficaram de fora dos recordes. Manuella Lyrio, do Pinheiros, venceu os 200m livre, com1m58s65 no cronometro, batendo a marca de 1m59s98 da russa Nadejda Tchemezova, em 1999. Já Nicolas Oliveira, do Minas Tênis, foi o melhor na versão masculina da prova, com 1m47s41.
Confira a programação do 44º Troféu José Finkel
Dia 18/8 (finais às 18h30) 200m peito M e F / 100m borboleta M e F / 1500m livre M
Dia 19/8 (eliminatórias às 10h / finais às 18h30) 400m medley F e M / 50m livre F e M / 800m livre F / 4x200m livre M e F
Dia 20/8 (eliminatórias às 10h / finais às 18h30) 200m borboleta M e F / 100m peito M e F / 800m livre M / 4x100m livre F e M
Dia 21/8 (eliminatórias às 10h / finais às 18h30) 200m medley F e M / 50m borboleta F e M / 400m livre F e M / 50m costas F e M
Dia 22/8 (eliminatórias às 10h / finais às 18h) 100m livre F e M / 50m peito F e M / 200m costas F e M / 4x100m medley F e M
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