Semana passada foi realizada na cidade Palhoça a última competição de nível absoluto da natação brasileira. Trata-se do Torneio Open, que também foi a primeira seletiva para os Campeonatos Mundiais de Esportes Aquáticos de Budapeste e o Júnior de Indianápolis. O evento esteve um pouco esvaziado, mas mesmo assim registrou alguns bons resultados. O Open marcou também a despedida de um dos principais peitistas dos últimos anos: Henrique Barbosa.
Revelado pelo Minas Tênis Clube, e com passagens em grande clubes como Pinheiros, Flamengo, Fluminense e Unisanta, Henrique Barbosa decidiu pendurar os óculos e calção ao término da competição em Palhoça. “Saio com a sensação de dever cumprido. Sei que pude contribuir muito para o esporte brasileiro, principalmente para a natação. A decisão de parar não é fácil, mas era hora. Posso ajudar mais na evolução da modalidade, apoiando a nova geração a alcançar seus sonhos”, conta o agora ex-nadador.
E na competição derradeira ele não passou batido, tendo conquistado a medalha de prata nos 200m peito, atrás apenas do campeã pan-americano Thiago Simon.
Henrique foi um dos principais nadadores de peito do Brasil nos últimos anos. Se destacou desde cedo nas categorias de base e conseguiu seu primeiro pódio no Troféu Brasil em 2002, aos 15 anos, quando também chegou a seleção principal. Mudou-se para os Estados Unidos, onde foi estudar e treinar pela Universidade da Califórnia. Na natação americana conquistou resultados de expressão e foi campeão nos 100 peito em 2006. Rodou o mundo treinando e competindo em vários países, somando medalhas e títulos na Espanha e França. Pela seleção esteve em dois Jogos Olímpicos (Pequim-2008 e Londres-2012) e ganhou duas medalhas de prata nos Jogos Pan-Americanos do Rio-2007. Na final dos 100m peito no Troféu Maria Lenk em 2009 estabeleceu um novo recorde sul-americano (59s03) que só foi superado este ano na Olimpíada do Rio por Felipe França.
Um dos momentos mais marcantes da carreira de Henrique aconteceu no Troféu Maria Lenk em 2008. Na ocasião quatro nadadores lutavam por uma vaga no time olímpico do Brasil: Eduardo Fischer, Felipe Lima, Felipe França e Henrique Barbosa. Fischer fez o índice na primeira eliminatória. Na segunda bateria foi a vez de Felipe Lima fazer o índice. Na última Felipe França e Henrique fizeram o tempo exigido. Uma sequência de três baterias eliminatórias de 100m peito que levou a torcida presente as arquibancadas do Parque Aquático Maria Lenk a loucura. Na final no dia seguinte nenhum deles melhorou a marca.
Após uma carreira recheada de bons resultados, Henrique optou por deixar a natação, mas não estará longe do esporte. Ao lado do amigo e companheiro de seleção brasileira por vários anos, Nicolas Oliveira, Henrique criou a agência Dream Big Club, que presta consultoria a atletas que pretendem competir no sistema universitário nos Estados Unidos e no exterior.
por Guilherme Freitas
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