Ligeirinho olímpico: o sonho de Ítalo Duarte

Atualizado em 20 de setembro de 2016
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A manchete na maioria dos portais de natação e noticiários esportivos deu enfoque para a ausência de Cesar Cielo nas Olimpíadas do Rio. Claro, o fato é impactante o suficiente. Mas pouco se prestou atenção em quem assumirá a responsabilidade de representar o país na prova em que tradicionalmente o Brasil ganhou destaque no cenário do esporte em todo o mundo.

Quem é Ítalo Manzine Duarte? Nascido em 1992, o nadador viu suas intensas e potentes braçadas o levarem não só ao pódio do Troféu Maria Lenk, mas ao posto de representante número 2 da seleção dona da casa dos Jogos. E em grande, explosiva e ascendente evolução.

 

Ítalo Duarte: 21s82 para conseguir voltar ao Rio em agosto - Foto: Satiro Sodré/SSPress

Ítalo Duarte: 21s82 para conseguir voltar ao Rio em agosto – Foto: Satiro Sodré/SSPress

 

Para os amigos, o apelido é sugestivo: Ligeiro, ou Ligeirinho. Natural de Belo Horizonte, começou a nadar em uma pequena cidade mineira, em Paraguaçu, antes de investir alto no esporte. Como lembra o Coach Alex Pussieldi, Ítalo se federou pelo Mackezie Esporte Clube em 21 de agosto de 2008, cinco dias depois de Cielo conquistar o primeiro ouro olímpico da história da natação brasileira, justamente em sua especialidade, os 50m livre. Na época, o mineiro tinha 16 anos – uma carreira que começou relativamente tardia perto de outros grandes atletas nacionais.

Em três anos, sagrou-se campeão brasileiro júnior e encerrou a temporada como quarto no ranking brasileiro da prova. Ítalo chegou a tentar manter sua evolução em São Paulo, no Esporte Clube Pinheiros, onde não se adaptou e acabou retornando à sua terra natal: ao Minas Tênis Clube, com Scott Volkers, e com a oportunidade de defender um revezamento e subir ao mesmo pódio que o atleta que tanto admira, e baixar gradualmente sua melhor marca pessoal.

E, sua página no Facebook, a foto como orgulho ao lado do ídolo - Foto: Arquivo Pessoal

E, sua página no Facebook, a foto como orgulho ao lado do ídolo – Foto: Arquivo Pessoal

O índice olímpico e a provisória segunda vaga do Brasil vieram na final do Open, no ano passado: 22s08. Mas ele sabia que ainda teria uma dura batalha a travar. Na ocasião, Cielo não nadou. Mas, nas águas da piscina que receberá os maiores do planeta, ele confirmou o seu ingresso no Olimpo dos nadadores. E, embora poucos tenham notado o tamanho de seu sorriso após a conquista, ofuscado pelas lágrimas do ídolo, o coração mineiro da nova promessa brasileira dormiu mais leve depois desta quarta-feira. Que todos agora saibam quem é Ítalo.

Por Mayra Siqueira