O primeiro recorde mundial da natação brasileira veio nos 200m peito (Maria Lenk, 1940). A primeira medalha olímpica, nos 1500m livre (bronze de Tetsuo Okamoto, 1952). A primeira em mundiais, nos 100m costas (bronze de Rômulo Arantes, 1978). O primeiro ouro em mundias, nos 400m medley (Ricardo Prado, 1982). O primeiro ouro olímpico, nos 50m livre (Cesar Cielo, 2008). Até aqui, nenhuma menção aos 100m livre masculino.
Pois esta é, na história da natação brasileira, a prova de maior tradição. A começar que foi a primeira disputada por nadadores do país em Jogos Olímpicos, em 1920, com Ângelo Gammaro e Orlando Amendola.
No Brasil, é a prova que mais rendeu medalhas medalhas olímpicas (quatro), mais medalhas em mundiais (duas em piscina longa e sete em curta), mais recordes mundiais (dois na longa e um na curta), mais finais olímpicas (sete), mais finais em mundiais (nove na longa e 13 na curta)…
E, de tempos em tempos, surgem nadadores que justificam o fato dos 100m livre ser a prova incrível da natação brasileira.
O nome da vez é Gabriel Silva Santos, do Pinheiros.
Gabriel, 21 anos completados precisamente hoje, foi a maior surpresa do Troféu Maria Lenk do ano passado, ao melhorar seu tempo em quase um segundo e, com 48s84, conquistar vaga para o revezamento 4x100m livre olímpico.
A Olimpíada passou, a motivação continuou em alta, e foi o único nadador dos 32 que nadaram os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro a melhorar sua marca no Open, no final do ano passado, com 48s60.
Hoje, no Troféu Maria Lenk, coroou sua evolução em uma prova espetacular, no maior destaque do dia.
E olhe que os destaques foram muitos. Como o recorde sul-americano de Joanna Maranhão nos 200m borboleta com 2min09s22, quarta melhor marca pessoal na competição, 30 anos e nadando melhor do que nunca.
Como os 200m borboleta de Leonardo de Deus, em que finalmente quebrou a barreira dos 1min55s nos 200m borboleta após pelo menos quatro anos de tentativas com 1min54s91 – tempo que lhe daria a sexta posição olímpica em 2016.
E como o recorde sul-americano de Jhennifer Conceição nos 50m peito com 30s63, uma marca que terá grande importância quando ela conseguir transferir essa velocidade para a prova de 100m – certamente ela é capaz de pelo menos 1min07s.
Mas foi Gabriel o autor do resultado mais impressionante e promissor. Com 48s11, faz uma marca que lhe daria a sétima posição nos Jogos Olímpicos do ano passado.
E, se Henrique Martins, Felipe Lima e o próprio Leo de Deus teriam obtido colocações olímpicas até melhores com seus tempos nos 100m borboleta, 100m peito e 200m borboleta, a marca de Gabriel o colocaria mais perto da briga por medalhas (o bronze foi para o americano Nathan Adrian com 47s85).
Sua prova taticamente foi quase perfeita. Melhor passagem entre todos os finalistas com 22s99, e também melhor volta com 25s12.
Sabemos que uma característica determinante entre os melhores nadadores do mundo é a volta abaixo de 25s, e o tempo final abaixo de 48s.
Tire 13 centésimos da volta de Gabriel, e teríamos o segundo parcial de 24s99 e tempo total de 47s98.
Ou seja: não duvide que os feitos nos 100m livre masculino do Brasil, listados no início do texto, aumentem ainda mais no Mundial de Budapeste.
Hoje, os medalhistas de prata e bronze foram Marcelo Chierighini e Cesar Cielo, companheiros de clube de Gabriel.
Cesar foi finalista mundial da prova em 2007, 2009 (em que venceu com recorde mundial) e 2011, e finalista olímpico em 2008 (medalhista de bronze) e 2012.
Marcelo foi finalista mundial em 2013 e 2015, e finalista olímpico em 2016.
Há dez anos o Brasil tem representantes na elite mundial da prova.
Gabriel mostra que o país tem tudo para manter a força nos 100m livre.
É ou não é a prova incrível do Brasil?
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