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Phelps x Peaty, Hosszu x Ledecky: quantidade x qualidade?

Hoje, Cristiano Ronaldo foi premiado pela FIFA como o melhor jogador do mundo em 2016. As premiações da natação, por outro lado, já foram todas oferecidas no ano passado. Segue abaixo a lista das principais:

FINA
Feminino: Katinka Hosszu (HUN)
Masculino: Michael Phelps (USA)

Revista Swimming World
Feminino: Katie Ledecky (USA)
Masculino: Michael Phelps (USA)

Swim Swam
Feminino: Katie Ledecky (USA)
Masculino: Michael Phelps (USA)

SwimVortex
Feminino: Katie Ledecky (USA)
Masculino: Adam Peaty (GBR)

Best Swimming
Feminino: Katie Ledecky (USA)
Masculino: Michael Phelps (USA)

Não foram citados os prêmios em águas abertas, pois todos escolheram os mesmos nadadores: os holandeses Sharon van Rouwendaal e Ferry Weerman, campeões olímpicos dos 10 km.

Nas principais premiações dos melhores do mundo na natação, nenhuma unanimidade. Mas quase: os americanos Katie Ledecky e Michael Phelps foram eleitos os melhores nadadores do planeta por quase todas as publicações.

 

Katie Ledecky (foto: Michael Dalder/Reuters)

 

O prêmio oferecido pela revista Swimming World é o mais tradicional do esporte: é oferecido desde 1964. O da FINA, por sua vez, tem caráter oficial e foi criado somente em 2010. Tem feito escolhas polêmicas e ainda precisa encontrar seu formato ideal – o atual é baseado em uma tabela de pontos, que, entre outras aberrações, coloca no mesmo nível conquistas em piscina curta e piscina longa, o que justifica a escolha de Katinka Hosszu nos últimos três anos enquanto Katie Ledecky era praticamente unanimidade.

Mas a discussão aqui é outra. Ledecky e Phelps foram os melhores para a maioria. Mas houve aqueles que escolheram Hosszu e Adam Peaty. Quais são os critérios? Alguns escolhem o nadador com mais vitórias e glórias; outros preferem aquele que chegou mais perto da perfeição em uma performance individual espetacular.

Houve anos em que não houve discussão. Em diversas temporadas recentes, como 2003, 2007 e 2008, no masculino, Michael Phelps foi o melhor em todos os critérios: foi o mais vencedor, o mais dominante, o autor dos recordes mais impressionantes. Há outros exemplos: Inge de Bruijn em 2000, Ian Thorpe em 2001, Missy Franklin em 2012.

O atual critério utilizado pela FINA valoriza somente os nadadores versáteis, que disputam várias competições e têm um leque de provas variado. Com isso, em 2015, premiou Hosszu e o australiano Mitch Larkin, em escolha muito criticada. Por isso, criou uma espécie de “prêmio de consolação” na ocasião, destinado aos melhores índices técnicos do ano, laureando assim Ledecky e Peaty, esses sim escolhidos por todas as publicações os melhores de 2015.

 

Adam Peaty (foto: Jean Catuffe/Getty Images)

 

Ao colocar na balança versatilidade e hegemonia, muitas vezes a escolha é difícil. Em 2016, Adam Peaty, com seu 57s13 nos 100m peito nos Jogos Olímpicos, chocou o mundo. Está muito distante de seus concorrentes na prova e provavelmente demorará muito até que outro nadador supere a marca. E fica a pergunta: esse desempenho único supera os dois ouros e uma prata individual de Michael Phelps, além de três ouros nos revezamentos, nos Jogos Olímpicos? Para alguns sim, tamanha superioridade do britânico. Para outros não, pois seis medalhas olímpicas, sendo cinco ouros, é um feito gigantesco.

No feminino, também há discussão. Katie Ledecky teve os melhores resultados técnicos, com seus impressionantes recordes mundiais nos 400m e, sobretudo, nos 800m livre. Ela já nos acostumou nos últimos anos às suas marcas espetaculares, mas continua surpreendendo. E, ao contrário de Peaty, prima também pela quantidade: conquistou quatro ouros e uma prata na Olimpíada do Rio de Janeiro. Mas, em termos de quantidade, Ledecky tem uma rival imbatível: Katinka Hosszu. Três ouros e uma prata individuais no Rio, conquistou nove medalhas no Mundial de curta e mais de 100 na Copa do Mundo este ano. Conseguiu o feito de ter todos os recordes individuas húngaros em piscina curta. E também prima pela qualidade: seu recorde mundial dos 400m medley na Olimpíada foi quase tão impressionante quanto as marcas de Ledecky.

Entre as mulheres, a qualidade venceu, pois, no caso de Ledecky, também estava aliada à quantidade. No masculino, deu Phelps – sua versatilidade superou a qualidade que Peaty mostrou em somente uma prova.

E para você, quais são os principais aspectos na escolha dos melhores nadadores do mundo?

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