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Rio 2016: Poliana busca medalha inédita

Aos 32 anos, a maratonista aquática Poliana Okimoto tem posto braços e pernas para trabalhar em treinos onde chega a nadar 20 km por dia em águas abertas. O esforço e dedicação da atleta da Unisanta tem um propósito, a conquista de uma medalha olímpica na modalidade, feito inédito não apenas em sua carreira, mas também na história do esporte no País. E não é um sonho recente, nem tão pouco distante.

Em Pequim (2008), Poliana foi a 7ª melhor. Quatro anos depois, em Londres, acabou tendo que desistir da prova por conta de uma hipotermia. Mas para a paulistana, que nada desde os dois anos de idade, chegou o momento de brigar pela única medalha que falta em sua galeria, que entre outras conquistas conta com duas pratas em Jogos Panamericanos (2007 e 2011) e um ouro na Copa do Mundo (2009).

Em passagem por São Paulo, antes de embarcar para a 2ª etapa da Copa do Mundo, que acontece neste fim de semana em Abu Dhabi, Poliana conversou com o Ativo.com e contou um pouco de sua preparação para os Jogos do Rio 2016, das chances do Brasil na maratona aquática e também do que espera da disputa olímpica dos 10 km na Praia de Copacabana.

Como tem sido sua preparação para o Rio 2016?

Desde que consegui a vaga em agosto de 2015 (Mundial de Kazan), meu marido e técnico Ricardo Cintra, minha equipe e eu traçamos uma preparação intensa, que começou agora em fevereiro. Nesta fase, eu tenho feito treinos de acumulação, em que nado de 16 a 20 km por dia. Nós vamos até abril com a acumulação e a quilometragem, para depois focar mais no ganho de velocidade.

E como você vai usar as etapas da Copa do Mundo de Maratona Aquática na sua preparação olímpica?

Essas provas são muito importantes para te dar um termômetro do que é preciso melhorar e ajustar. Como a Copa do Mundo reúne os melhores, é também uma boa oportunidade de observar o que os outros estão fazendo. E tem o lado também de estar sempre competindo em alto nível antes dos Jogos.

O Brasil se tornou um das potências na modalidade, e você teve papel muito importante como precursora. Como você vê as chances de uma medalha olímpica do País e o desenvolvimento da maratona aquática?

A gente vai com uma equipe muito forte. Das quatro vagas que poderíamos alcançar para os Jogos, conseguimos três (Poliana, Ana Marcela e Allan do Carmo). O Brasil vem se destacando na modalidade e de uma maneira muito competitiva. Me lembro que em 2006 ganhei dois bronzes no Mundial. E as outras nadadoras ficaram surpresas e perguntavam quem era aquela menina, até porque o Brasil não passava da 20ª posição nos torneios. E hoje, a Ana Marcela foi eleita três vezes a melhor maratonista do mundo, e eu já ganhei uma vez o título. Estamos crescendo bem.

Você está habituada a nadar em Copacabana, que será palco da maratona aquática nas Olimpíadas. Espera tirar alguma vantagem disso?

Eu já competi muitas vezes lá e sempre tive muita sorte. Mas Copacabana esta cada dia de um jeito. Não sei o que esperar de lá em agosto ainda. A maratona aquática lida com a natureza e suas variações, e quem compete precisa estar preparado para todos os tipos de clima possíveis. No evento-teste, o mar tinha muita marola e foi bem difícil competir. Mas já treinei lá na praia em dias em que a água estava calma e quente. Tenho treinado em situações de mar calmo e turbulento.

Você tem alguma preocupação sobre a qualidade da água?

Acho que Copacabana está em condições. Nos Jogos de Pequim (2008) e Londres (2012) precisei enfrentar poluição, mar turvo e, no caso da Inglaterra, temperatura da água a 16 graus, o que me causou uma hipotermia e me obrigou a desistir da prova.

A medalha olímpica é o maior sonho de sua carreira?

Com certeza. É um sonho que eu tenho desde menina e é a única medalha que não tenho no esporte. Conquistei seis em campeonatos mundiais e duas em Pans. Espero na hora fazer a melhor prova da minha vida.

Isso é Poliana Okimoto 

Seis medalhas em Mundiais de Esportes Aquáticos (dois bronzes, três pratas e um ouro). Ouro na prova de 10 km em Barcelona (2013)

Campeã Mundial em 2009 (venceu nove das 11 etapas)

Medalha de prata no Pan do Rio (2007) e Guadalajara (2011)

 

 

Redação

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