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Entre os corredores de elite, o tipo de corpo costuma traçar o destino do atleta. Um velocista que dá o máximo em uma distância curta tem características diferentes daqueles que vão para as maratonas. Força e explosão no primeiro caso e resistência muscular, no segundo.
Na natação, pensava-se que não existia essa relação de força e velocidade como acontece com a corrida. Mas, de acordo com um novo estudo publicado na revista Proceedings of the Royal Society, que pela primeira vez examinou de perto a morfologia de um grande grupo de nadadores e corredores de elite, parece que há um tipo de corpo associado ao sucesso na natação. E, uma ressalva, um tipo de corpo que se dá bem em qualquer distância.
Para a pesquisa, três antropólogos com interesse em desempenho físico humano reuniram dados biométricos disponíveis publicamente sobre os nadadores e corredores masculinos e femininos nos Jogos Olímpicos de 2012 em Londres, para comparar as diferenças entre os tipos de corpo de cada modalidade.
As informações incluíam a altura, o peso e os eventos em que cada atleta competiu. No caso da natação, os pesquisadores se concentraram no nado livre, para facilitar a análise. Eles usaram as informações para calcular o Índice de Massa Corporal (IMC) de cada atleta – diferenças entre o IMC presumivelmente indicariam diferenças na musculatura porque os competidores neste nível de condicionamento não carregam muita gordura corporal.
Corredores de 200 metros rasos eram consideravelmente maiores em termos de massa muscular do que maratonistas. Mas não houve relação semelhante entre os nadadores. Aqueles que disputavam o estilo livre de 50 metros compartilhavam uma massa corporal semelhante a aqueles que nadavam na maratona aquática: prova de duas horas e 10 mil metros no mar aberto.
Entre os nadadores olímpicos, o tipo de corpo que se deu melhor em qualquer distância, do sexo masculino tinha um IMC em torno de 23. E, para as nadadoras femininas, o IMC foi de aproximadamente 21 – a diferença de valores absolutos entre os gêneros era esperado.
Esses IMCs correspondem a “peso normal” para os não-atletas, mas essas tabulações são baseadas em pessoas comuns. Nesse caso, a maioria da composição corporal é de músculos.
O que esses números sugerem é que os melhores nadadores, ao contrário dos corredores, não precisam necessariamente ser leves para competir, disse Michael Steiper, professor de antropologia do Hunter College, que conduziu o estudo.
“Para corredores, há um custo maior para transportar a massa extra por longas distâncias. Para os nadadores, há menos custo por ter mais massa muscular”, explicou ele.
Uma análise mais ampla do estudo sugere que um nadador pequeno e bem musculoso poderia chegar junto de um atleta mais magro, de 1,80m de altura, em qualquer distância, se ambos tivessem IMC parecido.
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