Grande demonstração de superação de Felipe Lima. Após ficar fora dos Jogos Olímpicos e de não nadar bem os 100m peito, em uma prova em que se repetisse as marcas que fez algumas vezes esse ano teria chegado ao pódio, Felipe conseguiu esquecer rapidamente aquela frustração para cair de cabeça nos 50m do Mundial de piscina curta.
Com uma boa saída e, sobretudo, uma grande virada, consegue finalmente encaixar o número de braçadas exato na segunda metade da prova, algo que não conseguira na eliminatória e na final, e com 25s98 faz sua melhor marca pessoal e conquista a medalha de bronze, a terceira medalha do Brasil na competição. À sua frente o sul-africano Cameron van der Burgh, com 25s64, e o esloveno Peter Stevens com 25s85.
Está bem, se o russo Krihill Prigoda tivesse repetido seu tempo da semifinal de 25s95 teria ficado com o bronze no lugar de Felipe. Mas as conquistas se fazem nadando bem na hora certa, e foi isso que fez o brasileiro. Felipe França, campeão da prova em 2010 e 2014, não tem conseguido exibir seu melhor, principalmente nos fundamentos em que me ótimo, e termina em quinto com 26s13.
Tae-Hwan Park venceu com facilidade até supreendente os 1500m livre, com recorde de campeonato de 14min15s51. Surpreendente por dois motivos: por parecer estar mais veloz do que resistente, afinal bateu o recorde de campeonato nos 200m livre e sempre nadou melhor 200m e 400m do que 1500m; e por ter pela frente o campeão olímpico e recordista mundial na curta, o italiano Gregorio Paltrinieri, que foi a Windsor apenas para nadar essa prova. O equilíbrio foi até exatamente os 1100m, quando o coreano disparou, deixando o italiano seis segundos atrás no final. É a primeira vez que um homem vence os 200m, 400m e 1500m em um mundial de curta. Na longa, isso aconteceu uma vez, em 1975, com o americano Tim Shaw. E Park mostra que definitivamente está de volta, após uma Olimpíada frustrante.
E poderia ter feito ainda mais história ao nadar os 100m livre apenas 10 minutos após os 1500m. Se subisse no pódio seria o primeiro a medalhar dos 100m aos 1500m. Obviamente foi prejudicado pelo cansaço, mas ainda assim é o primeiro a chegar a finais das quatro provas. Com a vitória o lituano Simonas Bilis com 46s58, um centésimo à frente do japonês Shinri Shioura. Tempos fracos para pódio, tanto que o vencedor sequer medalharia na última edição, e seu tempo, apenas sexto no ranking mundial de 2016, é um segundo acima da melhor marca da temporada, do russo Vladimir Morozov.
Com um final de prova matador, a britânica Molly Renshaw vence os 200m peito feminino com 2min18s51, vencendo, a exemplo dos 100m livre masculino minutos antes, por apenas um centésimo. A prata foi para a canadense Kelsey Wog. As duas primeiras colocadas mostraram como é importante fazer uma prova equilibrada, chegando à frente da outra britânica, Chole Tutton, que passou na frente na primeira metade da prova e terminou na terceira posição, e da americana Lilly King, exímia velocista, líder somente nos primeiros 50 metros.
O polonês Radoslaw Kawecki sempre teve como principal arma seu nado submerso. É um nadador que consegue ficar 75 metros submerso sem respirar. O que explica sua incrível capacidade de se utilizar de ondulações submersas por quase 15 metros em cada uma das sete viradas dos 200m costas. Ele é um bom nadador em piscina de 50 metros (foi prata nos mundiais de 2013 e 2015), mas na curta ele é rei. Com 1min47s63 conquista o tricampeonato mundial da prova, mais de um segundo à frente do americano Jacob Pebley. O atual campeão mundial na longa, vice-campeão olímpico, recordista mundial na curta e atual líder do ranking mundial, o australiano Mitch Larkin, não está em grande forma, piora mais de três segundos sua melhor marca e termina na quarta posição.
Ao vencer os 100m borboleta, Katinka Hosszu completa uma coleção impressionante. Subir ao pódio de um mesmo mundial em provas como 50m costas, 100m borboleta, 200m livre e 400m medley é coisa para poucos. Na verdade, só para ela mesmo. Com 55s12, bate seu recorde húngaro, único batido por ela nessa competição, em sua última prova, derrotando a americana Kelsi Worrell, que também bateu o recorde de seu país, por apenas um décimo. Chega a nove medalhas em Windsor e agora é a nadadora com mais medalhas em uma edição, entre homens e mulheres. Com 22 medalhas, todas individuais, ainda não é a maior medalhista da história da competição, atrás das 38 de Ryan Lochte. Mas ela pode alcançar o americano em breve em termos de pódios individuais, pois ele tem 23.
A campeã olímpica em 2012 Ranomi Kromowidjojo, com saída espetacular como de costume, leva os 50m livre pela terceira vez após as vitórias em 2010 e 2014, com 23s60. A favorita era a dinamarquesa Jeanette Ottesen, mas teve uma virada muito ruim e com 24s00 fica apenas na quarta posição – tendo feito 23s58 na Copa do Mundo esse ano.
Nos revezamentos, o Canadá venceu o 4x50m livre feminino com 1min35s00 e fez o hino local tocar pela primeira, e única vez, na competição. No 4x100m livre masculino, vitória para a Rússia com 3min21s17, a quinta vitória do país em revezamentos masculinos, o quinto ouro de Vladimir Morozov, que sai como o homem mais premiado da competição, mesmo não nadando bem as provas individuais. E para fechar a competição vitória americana no 4x100m medley feminino com 3min47s89, com destaque para Kelsi Worrell, que nadou mesmo tendo tomado pontos no supercílio após um acidente na piscina de aquecimento.
Os Estados Unidos fecharam a competição na liderança do quadro de medalhas, com oito ouros, 14 pratas e sete bronzes. Por muito pouco Katinka Hosszu, com seus sete ouros e duas pratas, não levou, sozinha, a Hungria à liderança do quadro.
E assim termina a 13ª edição do Mundial de curta. Um tanto esvaziada por ser pós-olímpica, mas sempre com grandes desempenhos e feitos históricos. O evento retorna em 2018 em Hagzhou, na China.
Por Daniel Takata
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