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Técnicas de natação: a saída perfeita

Em uma competição de natação, principalmente nas provas de 50 m, sabe qual fator pode diferenciar o vencedor do oitavo colocado? Uma saída bem executada, movimento que pode, também, poupar energia, diminuir o atrito na água e aumentar a velocidade durante a competição.

Na natação existem dois grandes grupos de saídas: dentro da água (nado de costas) e de cima do bloco (nados crawl, peito, borboleta e medley). Este segundo grupo tem como variantes o grab (com ambos os pés á frente) e track start (com um pé á frente e outro atrás).

A seguir, veja como é executada ao track start, que, de acordo com estudos e experiências práticas, é considerada a melhor técnica de saída fora d’água. Inspirada na saída de bloco realizada nas provas de velocidade do Atletismo, essa técnica tem como característica a velocidade de reação e potencia na execução do movimento.

Posição Inicial

Um pé deve estar a frente do outro, com os dedos envolvendo a borda da baliza. Este pé deve estar ligeiramente para dentro do corpo, ou seja, como se a perna estivesse um pouquinho fechada em relação a amplitude do quadril.

O pé de trás deve estar apoiado apenas até sua metade sobre a rampa ou, quando não existir, na própria baliza, e posicionado ligeiramente para dentro do corpo. Sua distância em relação ao pé da frente se deve na capacidade de manter o joelho desta perna de trás flexionado entre 80° e 90° (depende da altura e da flexibilidade).

As costas precisam estar eretas (estendidas), com o tronco muito próximo da coxa da perna da frente. As mãos devem estar agarradas na borda da frente da baliza em amplitude maior do que a do quadril.

Lembrando que o movimento de abaixar o tronco não deve interferir na posição das pernas, ou seja, o quadril precisa se manter na mesma altura de quando em pé, ao preservar a flexão dos joelhos, principalmente da perna de trás.

Passo a Passo para a saída e entrada na água

1º           Os braços empurram a baliza e deslocam o corpo para frente e reagem com a elevação contínua do tronco durante os dois primeiros passos.

2º           Imediatamente após o inicio do movimento pelos braços, a perna de trás inicia sua extensão.

3º           Quando a perna de trás finalizar sua extensão e perder o contato com a baliza, o quadril deve estar em cima do joelho da perna da frente (alinhados em 90° em relação ao solo) e o tronco deve estar paralelo a superfície da água. Neste momento, a perna da frente, que estará entre 80° e 90° (de flexão de joelho), inicia sua extensão. A perna de trás precisa continuar sua elevação mesmo após a perda de contato com a baliza, e deve ultrapassar a altura das costas.

4º           Após a o término da extensão da perna da frente e perda total de contato com a baliza, o atleta, que está completamente no ar, deve realizar os seguintes movimentos :

– Retorno dos braços e extensão dos mesmos protegendo a cabeça, se preparando para a entrada na água;

– Após a perda de contato com a baliza, a perna da frente deve se elevar em direção a perna de trás, que já se encontra acima da linha do quadril;

– O objetivo desses dois movimentos é o alinhamento total do corpo, da ponta dos dedos das mãos, cabeça, ombros, quadril e ponta dos dedos dos pés.

– O corpo deve estar contraído até a entrada na água. Quando submergir o quadril, uma hiperextensão das costas deve ser iniciada para deixar paralela a posição do corpo em relação a superfície da água. Quando os pés submergirem, um movimento das pernas junto ao quadril (com joelhos estendidos) deve ser feito em direção ao fundo até a linha já formada pelo corpo.

Veja nas imagens o movimento completo:

 (Fonte: Samie Elias, biomecânico do nadador paralímpico Andre Brasil, e Felipe Domingues, gerente de natação da academia Cia. Athletica, unidade Kansas – são Paulo)

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