A roupa de borracha é uma vestimenta que entrou no mundo do triathlon com uma finalidade e com o tempo ganhou outro. Os primeiros triatletas a utilizarem o acessório para treinos e provas queriam se proteger das águas geladas com roupas similares às que surfistas e mergulhadores usam.
O produto começou a entrar em voga no esporte a partir do momento em que notou-se que o desempenho dos atletas, sobretudo os de menor nível técnico, melhorava na natação. Com isso, muitos estudos começaram a ser feitos para saber o motivo dessa melhora dos atletas.
Os estudioso apontaram que a roupa era significativa nesta melhora, pelo fato de ajudar na flutuação dos atletas, diminuindo o arrasto proporcionando pela água. “A flutuação é a grande vantagem da roupa de borracha. Isso é comprovado”, afirmou Emerson Gomes, ex-triatleta profissional e diretor-técnico da Marcos Paulo Reis Assessoria Esportiva.
“Os estudos mostraram que o nadador com a roupa de borracha percorria a mesma distância em menor tempo e menor esforço. Quem estava com a vestimenta também teve menor produção de lactato do que aqueles que estavam sem”, destacou Danilo Bocalini, diretor-técnico e científico da Ação Corporal Assessoria em Ciência e Atividade Física.
A partir desse caminho, os fabricantes passaram a desenvolver uma roupa científica para o triathlon, já que a roupa para mergulhar e surfar é feita apenas para manter o corpo aquecido. “É muito importante ressaltar a diferença dessas roupas para a de triathlon. A vestimenta para surfar e mergulhar começa a se encharcar com o tempo, o que faz com que você tenha de fazer mais força do que com uma roupa específica”, apontou Bocalini.
Pelo fato da borracha ser um isolante térmico, a indústria começou a contar com a propriedade natural do material para que ele sirva para manter o corpo do atleta “protegido” da água gelada e focou no desenvolvimento de deixar a roupa com melhor flutuação.
Uma roupa de borracha de triathlon boa e eficiente é aquela que garante a flutuação no tronco e nas pernas, assim diminui a resistência frontal durante a prática e o corpo se mantém mais na superfície, o que exige uma menor força dos nadadores para executar o gesto. “Outra preocupação dos fabricantes é em desenvolver tecidos maleáveis, principalmente próximo às articulações para facilitar os movimentos”, falou Gomes.
A vestimenta trouxe um grande benefício à técnica de braçada. Quem utiliza o acessório tem uma significativa melhora no comprimento, na frequência e índice das braçadas – um ganho muito importante, ainda mais no triathlon, quando as pernas não são usadas em um ritmo tão frenético quanto no ciclismo e corrida.
Com a eficácia comprovada, a roupa de borracha surge como um excelente instrumento para quem tem pontos fracos na natação – como foi citado acima, os primeiros estudos surgiram em conta da constante melhora do desempenho dos nadadores que não possuíam um desempenho tão bom ao utilizar o acessório, que na época não era tão avançado.
Manga comprida?
Não existe nenhum estudo científico comprovado sobre a diferença de performance entre as roupas de borracha com ou sem manga comprida, mas cada uma tem suas particularidades – e a escolha por uma ou outra depende daquilo que o triatleta procura.
Em observações técnicas – não aprofundadas por estudos – os modelos de manga comprida são mais propícios para quem procura uma melhor flutuação, se sentir mais seguro na água. “As roupas de manga longa ajudam a manter a temperatura do corpo mais equilibrada em águas muito frias, bem como tem mais material flutuante”, destacou Emerson Gomes.
Já as roupas sem mangas ajudam a flutuar, mas um pouco menos que o outro modelo. Em compensação, a vestimenta deixa a braçada mais solta e é o modelo mais escolhido por profissionais, exceto quando a água está muito gelada. “Teoricamente, as roupas sem manga são melhores pelo fato de você fazer menos força na braçada do que com a roupa com manga”, disse Danilo Bocalini.
Vale lembrar!
A roupa de borracha traz muitos benefícios para o seu desempenho, mas é muito perigoso utilzá-la em temperaturas altas, o que compromete a regulação térmica do corpo – podendo ocorrer desmaios durante a etapa da natação.
(Matéria publicada na revista VO2Max número 71, agosto de 2011)
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