Suplementação de ferro x endurance

Atualizado em 02 de julho de 2024

A suplementação de ferro em atletas, de forma bem resumida, é essencial por ser um micronutrientes para a saúde clínica e desempenho esportivo – principalmente na modalidade de endurance. Baixos níveis de ferro podem estar relacionados a um menor desempenho em um prova contra-relógio, um menos tempo até a exaustação, redução na capacidade respiratória ou uma piora na eficiência energética.

Essa situação de deficiência de ferro é mais comum do que pensamos. Estima-se que, aproximadamente 15 a 35% dos atletas de gênero feminino e de 3 a 11% dos atletas do gênero masculino apresentam deficiência de ferro. A própria ingestão insuficiente de energia é um fator que contribui para a redução, assim como:

  • A hemólise – quebrada da hemácia devido ao impacto das pisadas;
  • A sudorese;
  • A hematúria – presença de sangue na urina;
  • Sangramento gastrointestinal.

O que pode levar à variação nos níveis de ferro?

Em primeiro lugar, as fontes alimentares (e sua oferta de ferro-m e ferro-não-m), a inclusão de intensificadores de absorção (como a vitamina C) ou a presença de inibidores de absorção, como os taninos, cálcio e polifenóis. Além disso, níveis elevados de inflamação podem afetar a regulação da epsidina – pepetídeo que controla a regulação do ferro, degradando uma estrutura chamada de ferroportina (que é uma proteína que exporta o ferro através das membranas dos enterócitos e macrófagos).

O aumento da epsidina ocorre em situações de inflamação de hipóxia ou de níveis elevados de ferro, produzindo uma redução na absorção nos níveis céricos de ferro. O exercício pode produzir um aumento em torno de 1.5 a 2.5 vezes nos valores de epsidina após 3 horas de exercícios.

Quando suplementar ferro?

Uma sessão aguda de exercícios aumenta os níveis de episidina e pode afetar diretamente a absorção de ferro. Em consonância com esse fenômeno, foi observado a redução em torno de 36% na absorção de ferro, quando a ingestão é feita duas horas após uma corrida prolongada.

Quando consumido com uma janela de 30 minutos após o treino – após um corrida de 90 minutos, por exemplo – sua absorção aumentou em torno de 1,3x em comparação com a não prática de exercício. Esses resultados sugerem a uma possível existência de uma janela metabólica em que há maior absorção de nutrientes numa perspectiva intestinal. A digestão dos alimentos ocorre antes do aumento dos níveis de epsidina após o exercício.