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Hipócrates, o pai da medicina, disse há cerca de 2 mil anos que “todas as doenças começam no intestino”. Entretanto, apenas recentemente a frase milenar ganhou peso na relação entre alimentação e emoções.
O intestino é fundamental na transmissão e no controle de informações dentro do organismo. Ele libera mais de 30 mensageiros químicos, os neurotransmissores, que conduzem informação de um lado para o outro, além da comunicação entre corpo e cérebro.
Com um sistema próprio, ele funciona de forma independente do cérebro para liberar as substâncias digestivas para o processo de excreção do bolo fecal. Apesar de sua principal função ainda ser o controle do processo de digestão e excreção, ele também atua na regulação dos anticorpos e “decide” quais bactérias moram dentro de nós.
Apesar de ser verdade que o que comemos pode nos deixar felizes ou tristes, é possível moldar nossas emoções se fizermos escolhas
mais saudáveis — de dieta e estilo de vida. Por exemplo, uma alimentação rica em gordura está associada à proliferação de bactérias ruins, o que prejudica a flora intestinal e, portanto, afeta o intestino. Por sua vez, uma alimentação rica em fibras solúveis e vegetais ajuda a nutrir as bactérias boas.
O que você provavelmente já sabe, é que a comida é capaz de ajudar a aumentar os níveis de serotonina no cérebro. Aquele sentimento de satisfação após comer um docinho é “culpa” dela.
“Invista em alimentos ricos em cálcio e magnésio, que estimulam a produção de triptofano, o aminoácido precursor da serotonina”, sugere a nutricionista Mariana Regadas (SP).
Uma vida estressante, com excesso de consumo de remédios, falta de atividade física e má alimentação, prejudica a flora intestinal. “Podemos também olhar a conexão intestino-cérebro por outro ângulo: uma pessoa que não come bem, tem prejuízo das funções mentais mais sofisticadas, como memória, atenção, concentração e humor”, explica Alexandre Feldman, clínico geral e especialista em medicina do estilo de vida, de São Paulo (SP).
“Colite, enxaqueca, depressão, pânico, intestino irritável, comportamento agressivo, autismo, distúrbio bipolar e doenças autoimunes estão cada vez mais frequentes, segundo as estatísticas. E tudo isso tem a ver com o que você come”, completa o clínico geral.
Sabia que aquela sensação de borboletas no estômago também está ligada com essa conexão entre cérebro e intestino?
“Os neurônios que estão no intestino se comunicam com o cérebro por meio do nervo vago, uma estrutura que passa pelo tórax e liga o sistema gastrointestinal à cabeça. É por isso que, diante de uma situação de ansiedade ou estresse, sentimos frio na barriga ou vontade de ir ao banheiro”, esclarece Feldman.
E aí, ainda duvida de que você é o que come?
*Fontes: Dr. Alexandre Feldman, clínico geral, especialista em enxaqueca e medicina do estilo de vida; O segundo cérebro, de Michael D. Gershon (Editora Campus); O cérebro desconhecido, de Helion Póvoa (Editora Objetiva, 2002); “Neuro-immune interactions drive tissue programming in intestinal macrophages”, artigo publicado na Revista Cell.
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