O óleo de coco virou um dos ingredientes preferidos de quem busca uma alimentação mais saudável, mas ele pode não ser tão efetivo assim. Quem alerta é a Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), que se pronunciou a respeito do consumo do óleo de coco com base em diversos estudos e revisões científicas.
Entre outros esclarecimentos, a Abran explicou que os estudos que reportaram inúmeros benefícios do óleo de coco “são predominantemente experimentais, notadamente in vitro, não havendo estudos clínicos demonstrando esse efeito. Assim, faltam ainda evidências suficientes para recomendar o óleo de coco como agente antimicrobiano ou imunomodulador”.
E continua a advertência: “até o momento, não existem estudos clínicos que tenham abordado seu efeito na função cerebral de indivíduos saudáveis ou portadores de alteração cognitiva. Enfatiza-se também que não existem evidências clínicas em estudos de que o óleo de coco possa proteger ou atenuar doenças neuro-degenerativas, como a doença de Alzheimer”.
Perda de peso
Um número muito pequeno de estudos, com resultados controversos, tem relatado os efeitos sobre o peso corporal em seres humanos. Um deles comparou a dieta de dois povos de ilhas do Pacífico (os Tokelauanos e os Pukapukan), local onde o consumo do coco é bastante alto, e revelou que os Tokelauanos (que têm 63% de energia derivada do coco versus 34% na dieta de Pukapukan) tinham maior circunferência abdominal.
Em outro estudo, 40 mulheres (20-40 anos) consumiram 30 ml de óleo do coco ou de soja (placebo) por 12 semanas, além de caminhar por 50 minutos por dia e a seguir um padrão alimentar saudável. Apenas o grupo de óleo do coco apresentou circunferência de cintura reduzida no final do estudo (redução de 1,4 cm) e uma tendência ao aumento de insulina circulante. Outro estudo mostrou que o consumo de óleo de coco virgem (30 mL/dia/4 semanas) foi associado à redução da circunferência da cintura em indivíduos do sexo masculino.
Sobre a relação do óleo de coco e a saciedade, outra pesquisa feita com 18 pessoas mostrou que uma refeição rica em ácidos graxos do óleo de coco não tem efeito sobre a diminuição do apetite. No geral, não existem evidências suficientes para concluir se o realmente o óleo de coco ajuda na redução de gordura e/ou peso corporal.
Para a associação, o consumo do óleo de coco deve ser feito com moderação, já que é um ácido graxo saturado que está associado ao aumento do risco de doenças cardiovasculares.
E finaliza com uma recomendação: “o óleo de coco não deve ser prescrito na prevenção ou no tratamento da obesidade; não deve ser prescrito na prevenção ou no tratamento de doenças neuro-degenerativas; nem como nutriente antimicrobiano; ou como imunomodulador”.
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