Derivado do mindfulness, técnica que designa um estado mental de atenção plena, o mindful eating é um exercício de atentar-se aos alimentos que são ingeridos. Da mesma forma que, durante o treino, você percebe se seu fôlego está precisando de um break ou se suas pernas precisam desacelerar, com a comida, o raciocínio deveria ser o mesmo.
“É preciso ter consciência do que seu corpo está pedindo no momento e de que modo suas escolhas no prato irão afetá-lo”, diz a nutricionista Cynthia Antonaccio, autora do livro Mindful eating – Comer com atenção plena, da Editora Abril.
Para isso, é preciso se conectar consigo mesmo e estreitar a relação com os alimentos. “Quando prestamos atenção no presente, sem nos distrair com outros pensamentos ou afazeres, conseguimos desfrutar a refeição de uma forma mais prazerosa, o que tende a gerar menos frustrações”, explica a nutricionista Ana Carolina Pereira Costa.
Na teoria, o mindful eating parece simples — bastaria deixar o celular de lado ou outras distrações e se concentrar no sabor da comida. Mas tente fazer isso enquanto ingere seu pré-treino.
“Em grande parte do dia, enquanto nossas ações estão no piloto automático, nossa mente está presa no futuro ou no passado”, diz o psicólogo Marcelo Oliveira, do Centro Paulista de Mindfulness. Com isso, consumimos o que nem precisava ou nos arrependemos do que ingerimos.
“Diversos estudos já comprovaram que a prática traz enormes benefícios para quem sofre com compulsão alimentar, ansiedade ou depressão. E isso nada tem a ver com restrições e regras de dietas”, alerta Ana Carolina.
É importante deixar claro que mindful eating não é uma dieta. “Não há uma lista do que é certo ou errado. A partir do autoconhecimento, você consegue entender quais alimentos vão satisfazer suas necessidades no momento, seja um prato de salada ou um pedaço de bolo”, diz Moira Malzoni, cofundadora do estúdio de meditação Moved by Mindfulness,em São Paulo (SP).
De acordo com Malzoni, “A técnica nunca deve ser considerada um caminho para o emagrecimento. Temos mais de dez diferentes formas de fome, como a física, a emocional e a auditiva, além de variações emocionais e hormonais. É a isso que precisamos estar atentos para decidir o que comer”.
Antes de colocar qualquer comida no prato, reflita se você está realmente com fome ou se foi ao restaurante só porque está no horário do almoço.
“Ao olhar o bufê de self-service, tente entender se você precisa de uma, duas ou três colheres de arroz. Enxergue as opções: elas estão com uma aparência boa? Às vezes, pegamos uma coxinha por força do hábito, e não por necessidade”, diz Ana Carolina.
Já sentado à mesa, afaste-se dos outros estímulos (o celular) e coma curtindo o momento. “O objetivo é usar todos os sentidos, como fazemos com o vinho. Sinta o aroma, perceba a textura, desfrute o sabor do alimento”, recomenda Marcelo Demarzo.
Assim, você não fica refém das regras impostas por dietas ou das orientações dadas por amigos e parceiros.
Em restaurantes à la carte, sua escolha consciente deve acontecer desde a avaliação do cardápio até o momento de soltar os talheres, uma
vez que o prato já vem montado.
“Estar cheio é completamente diferente de se sentir satisfeito. Não precisamos ficar com a barriga estufada para decidir parar”, diz Ana Carolina.
Por isso, especialistas recomendam que você coma mais lentamente, o que ajuda o cérebro a perceber melhor a saciedade. Isso torna o processo de digestão mais eficiente, já que o alimento acaba sendo mastigado mais vezes, facilitando a absorção dos nutrientes.
Também vale ficar atento às sensações que vêm depois da refeição. “Consequentemente, as pessoas tendem a comer de forma mais saudável porque começam a ter mais noção do que faz bem ou não”, explica Demarzo.
Existe uma regra no mindful eating: tenha compaixão de si. “Antes de se punir porque comeu um hambúrguer, avalie os motivos que o levaram a tomar essa decisão”, diz Moira.
Em hipótese alguma renda-se ao piloto automático. “Muitas vezes, a gente devora um chocolate por ansiedade e nem aproveita o sabor. Com isso, o cérebro não registra esse momento prazeroso e você acaba se sentindo culpado”, explica Ana Carolina.
Quando pensamentos do tipo “eu não podia consumir açúcar” invadirem sua cabeça, tente se concentrar no que está rolando dentro da sua boca. Sem julgamento, fica mais fácil se livrar da compulsão.
Assim como você não passou a correr bem de um dia para o outro, a prática do mindful eating também exige um tempo de treino para ser dominada.
“No início, não será fácil, mas você não pode desistir. Imagine se, quando criança, a gente abdicasse de andar por causa dos tombos que tomamos?”, diz Oliveira.
No começo, concentre-se para que a primeira garfada de cada refeição seja apreciada de forma plena. Depois, tente realizar a técnica durante todo o lanche da tarde. “Não precisa ficar cheirando a comida perto do nariz, nem mastigar milhares de vezes”, recomenda Cynthia.
Crie uma percepção do seu corpo, sem deixar que pensamentos sobre o passado ou o futuro dominem sua mente. Concentre-se nos pés tocando o chão, no peito se enchendo de ar, nas mãos sobre suas coxas. Assim, você estará cada vez mais preparado, principalmente nos momentos de crise.
*Texto de Daniela Bernardi
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