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Nos últimos meses, um suplemento alimentar tem sido notícia. Com a adulteração na composição de alguns whey proteins – quantidade maior de carboidratos e menor de proteínas do que o apresentado na informação nutricional – surge o questionamento: por que tomar?
A quem é indicado
Normalmente, os suplementos proteicos são receitados para pessoas que precisam ganhar massa muscular. A corrida é uma atividade aeróbia, diferente dos exercícios de fortalecimento, que são anaeróbicos – e dependem de mais proteína. “Para atletas amadores com uma alimentação equilibrada, o whey é desnecessário”, afirma o Dr. Jomar Souza, especialista em medicina do esporte e diretor da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE), de Salvador (BA).
O nutricionista esportivo Andre Pellegrini, do Instituto do Atleta (INA), em São Paulo, concorda com o médico do esporte. Porém, ele ressalta uma qualidade do whey, “Esse suplemento tem a digestão e absorção facilitadas, deixando seus aminoácidos (moléculas que formam as proteínas) mais acessíveis ao nosso metabolismo.” Isso quer dizer que pode acelerar a recuperação pós-treino. A nutricionista Angela Martins, da NeoNutri, complementa: “o whey pode ser utilizado após treinos mais longos, junto com carboidratos, para a reposição proteica mais rápida. Entretanto, isso vale para atletas que buscam performance”.
Importância da proteína
Durante o exercício físico, as fibras musculares são desgastadas e precisam ser reconstruídas pelos aminoácidos (moléculas que formam as proteínas). A recomendação diária de consumo para uma pessoa que não pratica nenhum tipo de esporte é de 0,8 g por quilo (ex.: alguém de 70 kg deve ingerir 56 g por dia, equivalente a um bife, aproximadamente). Os atletas precisam de mais: 1,8 g por quilo (ex. alguém de 70 kg deve ingerir 126 g, equivalente a dois bifes e meio, aproximadamente).
“As perdas proteicas durante uma atividade física são contabilizadas em razão da intensidade, duração e estado nutricional do atleta”, segundo Pellegrini. “Para uma corrida de 10 km, estima-se que cerca de 15 g de proteínas devem ser ingeridas, na sequência”, diz. “Após uma maratona, esse valor sobe para 140 g (quase três bifes)”, conta.
Manutenção da massa magra
De acordo com o Dr. Souza, “desde que o corredor tenha uma ingestão adequada de carboidratos antes e depois dos treinos, não vai perder massa muscular”. Ou seja: não há a necessidade de usar whey protein visando a manutenção muscular, contanto que a ingestão de carboidratos esteja regulada – bem como o resto da dieta.
Intolerância a lactose
Alguns wheys específicos são desenvolvidos para pessoas intolerantes a lactose – açúcar presente no leite e seus derivados – importantes fontes de proteínas. Nesses casos, esse tipo específico de suplementação pode ser necessária.
Whey protein irregular
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu a comercialização do produto de várias marcas. Em testes realizados em laboratórios, a agência identificou quantidades superiores de carboidratos e inferiores de proteínas na composição – além de outros ingredientes não declarados. A tolerância da Anvisa é de 20% do valor apresentado no rótulo, em relação ao real conteúdo.
Em dezembro do ano passado, o empresário Felix Bonfim, dono de um atacado de suplementos alimentares em Londrina (PR), denunciou irregularidades em 15 produtos. Depois disso, a Anvisa entrou em ação e suspendeu 20 lotes de whey. Nos últimos dias, outros quatro tiveram suas vendas bloqueadas.
O grande problema dessas irregularidades é que o atleta paga por um suplemento que não traz o resultado esperado. Pior: muitas pessoas acabam ganhando peso, já que (sem querer), ingerem mais carboidratos do que precisam diariamente. Além disso, os wheys sem lactose para os intolerantes, caso adulterado, pode atacar a alergia do atleta e desencadear problemas como diarreia, alergias e dores abdominais.
Devo tomar?
A consulta a um nutricionista é a melhor forma de saber se vale ou não a pena incluir o whey na dieta. Além disso, esse profissional saberá quais são os produtos mais confiáveis para indicar e, assim, os atletas não terão problemas com adulterações na composição.
Fonte: Andre Pellegrini, nutricionista esportivo do Instituto do Atleta (INA), em São Paulo; Dr. Jomar Souza, especialista em medicina do esporte e diretor da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE), de Salvador (BA); e Angela Martins, nutricionista da NeoNutri.
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