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Em crescimento no Brasil, a piscina salinizada tenta combater um inimigo, muitas vezes, invisível: o cloro das piscinas. O elemento químico, utilizado no tratamento da água, pode causar irritação na pele, nos olhos e nos tecidos do aparelho respiratório.
Presente em algumas academias das principais capitais brasileiras, a piscina salinizada é comum na Europa e nos Estados Unidos e tem a mesma composição que um soro fisiológico – água e sal.
Com uma concentração menor de sal do que a água do mar, seu tratamento ainda utiliza cloro, mas de uma forma diferente.
“A diferença é que na piscina salinizada o cloro é retirado da molécula do sal e liberado na água”, explica o médico do esporte Thiago Righetto.
A reação acontece a partir de uma passagem de corrente elétrica e é chamada eletrólise. Assim, a própria água previamente salgada produz hipoclorito de sódio, um cloro natural.
Quem se preocupa com desempenho não precisa temer. Segundo Righetto, não há diferença de rendimento de atletas em piscinas salinizadas, apesar da diferença da composição do tratamento.
“Nenhum estudo demonstrou melhor desempenho nas piscinas tratadas com sal comparando a outros tipos de tratamento, mas alguns nadadores se sentem melhor nadando em uma piscina salinizada”, afirma o médico.
A principal diferença entre a piscina salinizada e a tratada com cloro, portanto, é a experiência proporcionada ao atleta.
“Indivíduos expostos ao cloro da piscina podem desenvolver problemas de pele, olhos e aparelho respiratório, além de apresentarem maior risco para desenvolver alergia respiratória como rinite e asma”, explica Márcia Kii, médica otorrinolaringologista.
Entre as principais queixas de quem nada em piscina com cloro, a médica cita irritações no nariz e dificuldade em respirar, alergia na pele e nos ouvidos, ardor nos olhos e, em alguns casos, dor de cabeça e vômitos.
“Ainda assim, a piscina de sal não contém os minerais comumente encontrados no mar”, explica a médica.
Como nem todas as academias trabalham com o gerador salinizado, às vezes é impossível fugir do cloro. Mas alguns cuidados simples podem diminuir o incômodo.
A piscina salinizada é apenas uma das alternativas existentes para evitar os problemas causados pelo cloro. Outra é a piscina tratada com ozônio.
“Ele é um forte antioxidante, e com isso consegue combater as bactérias da água. Porém, como evapora rápido, é necessário manter uma quantidade pequena de cloro na água para combater uma possível proliferação dos germes pela baixa concentração”, explica Righetto.
Menos popular, o tratamento é baseado em um sistema elétrico que transforma o oxigênio do ar em ozônio e purifica a água.
Outra alternativa é o tratamento da água com gás carbônico, ainda pouco popular no Brasi.
Apesar de a maioria das piscinas salinizadas estar em academias especializadas em natação, é possível ter uma em casa. Esse tipo de equipamento exige um investimento inicial mais alto do que a piscina convencional, mas geralmente tem custo de manutenção menor.
O gerador, nome do equipamento que faz a eletrólise, é encontrado em lojas especializadas, e sua instalação pode ser feita em qualquer sistema de filtragem sem a necessidade de obras.
É importante notar que como a piscina salinizada está ligada ao seu modo de funcionamento e precisa de uma bomba constante, os gastos com energia podem aumentar.
*Fontes: Thiago Righetto, médico ortopedista com especialização em traumatologia do esporte e cirurgia do joelho; Márcia Kii, médica otorrinolaringologista do Instituto Ganz Sanchez
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