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Nas Olimpíadas, manter a saúde mental em dia pode ser essencial para conseguir resultados mediante a pressão intensa. É exatamente quando chegam ao ápice de suas carreiras que atletas de elite precisam lidar não apenas com as exigências físicas, mas psicológicas exigidas ao longo de vários dias de competição.
No caso da ginástica artística, esporte incluído na primeira edição moderna dos jogos em Atenas, em 1896, há uma série de competições individuais em diferentes aparelhos separadas por gênero, além de um torneio em equipe. Na manhã de segunda-feira, 05 de agosto, a primeira derrota no solo da americana Simone Biles – para a brasileira Rebeca Andrade – lançou foco sobre a resistência física e mental que ambas têm procurado demonstrar.
Segundo Danilo Suassuna, doutor em psicologia e diretor do Instituto Suassuna, que oferece pós-graduação e forma psicólogos atuantes, as Olimpíadas recentes vêm ressaltando o quanto o suporte psicológico é extremamente importante para que os atletas consigam lidar bem com a pressão e as expectativas. “Nas Olimpíadas, o mundo se volta para o desempenho físico dos atletas, celebrando suas conquistas e superações. Assim como o desempenho físico é fundamental, a saúde mental desses competidores de elite é igualmente crucial”, explica.
O doutor em psicologia ressalta, porém, que a saúde mental não é algo que se conquista de um dia para o outro ou em uma única temporada. “Trata-se de um processo contínuo, que exige cuidado e atenção constantes. Os atletas enfrentam pressões imensas, tanto internas quanto externas, e lidar com essas pressões de maneira saudável é essencial para seu sucesso e bem-estar a longo prazo”, diz Danilo Suassuna.
Ele explica que uma atleta como Simone Biles que, até agora, nunca havia tido uma derrota no solo, precisa estar com a saúde mental em dia para conseguir lidar bem com a situação. “Ela é uma das maiores ginastas de todos os tempos e já havia feito uma escolha corajosa durante as Olimpíadas de Tóquio ao priorizar sua saúde mental sobre a competição. Ao se retirar de várias finais, Biles trouxe à tona a discussão sobre a importância do bem-estar mental, colocando-se como um exemplo para outros atletas”, exemplifica.
De acordo com Danilo Suassuna, é importante, porém, o entendimento de que a saúde mental dos atletas não é responsabilidade apenas do indivíduo. Ele explica que ela precisa ser construída e mantida por uma rede de apoio que inclui técnicos, familiares, médicos, fisioterapeutas, nutricionistas e muitos outros profissionais. “Os técnicos e a equipe médica desempenham um papel crucial no cuidado com a saúde mental dos atletas. Eles não apenas treinam e preparam fisicamente os competidores, mas também monitoram sinais de estresse e exaustão mental”, afirma.
O diretor do Instituto Suassuna explica que, durante os Jogos Paris 2024, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) disponibilizou dez psicólogos para a delegação brasileira, formada por 276 atletas, realizando atendimentos presenciais aos esportistas. Além desse grupo, outros profissionais estão disponíveis de forma remota, incluindo um psiquiatra. “Além disso, o apoio familiar e de amigos é inestimável. Eles fornecem uma base emocional sólida, oferecendo amor incondicional e encorajamento”, avalia.
Para Danilo Suassuna, mostrar vulnerabilidade não é sinal de fraqueza, mas de força. “Reconhecer e cuidar da saúde mental é essencial para o desempenho e bem-estar dos atletas. Simone Biles e Naomi Osaka, duas atletas de alta performance e ícones em suas modalidades, trouxeram à tona, na última edição olímpica, a necessidade da atenção à saúde mental no esporte. Suas revelações servem como uma chamada à ação em setores onde o estigma persiste de maneira arraigada, como o esporte”, finaliza.
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