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Variar os estímulos do treino é a chave para driblar o efeito platô

Atualizado em 18 de outubro de 2023

Conhecida na prática por atletas profissionais e amadores, a dificuldade de manter um ritmo acelerado de evolução física por longos períodos de tempo tem chamado a atenção da comunidade acadêmica. Estudos recentes sobre o tema, indicam que o famoso “efeito platô” tem como principal causa uma das características mais brilhantes do corpo humano: sua capacidade de adaptação.

No ano passado, um artigo publicado no International Journal of Environmental Research and Public Health concluiu que a busca constante por equilíbrio do nosso sistema biológico é a principal razão pela qual a magnitude dos resultados obtidos na atividade física tende a ser inversamente proporcional ao nosso condicionamento.

“Quanto mais tempo nos exercitamos, mais efetivos se tornam os mecanismos de adaptações musculares, neurais e cardiorrespiratória ativados pelo nosso corpo”, apontou o estudo conduzido pelos médicos israelenses Ram Gelman e Yaron Ilan, e pelo médico americano Marc Beg.

Compreender as causas do efeito platô é fundamental não apenas para explicar o seu funcionamento, mas também para direcionar a busca por driblá-lo que há muito acompanha o trabalho dos profissionais ligados à performance esportiva. Em confluência com os estudos sobre o tema, o treinador da Smart Fit Bruno Silva afirma que a chave para conseguir resultados consistentes em meio às “sabotagens” promovidas pelo corpo humano está em um programa de treinos composto por estímulos diferentes e quase concorrentes entre si.

Segundo ele, esses diferentes estímulos podem ser aplicados por técnicas que manipulam os intervalos entre as séries, o número de repetições realizadas, o tipo de contração muscular em ênfase, o nível de sobrecarga utilizada, o tempo sob tensão e até a metabólica solicitada.

“Neste sentido, didaticamente classificamos os métodos de acordo com o seu principal objetivo em grupos como: métodos que exploram ativação de unidades motoras; métodos que são metabólicos promovem acidose e hipóxia; métodos cardiovasculares; métodos enfatizados em grupos musculares e métodos que preconizam a fase excêntrica do exercício”, explicou o treinador.

Silva, salienta, no entanto, que essas variações não podem ser aplicadas de maneira apenas intuitiva e que é preciso haver uma orientação de um profissional capacitado para entender o estágio adaptativo do aluno a partir de avaliações e análise de resultados.

“Munido disso, o profissional pode prescrever a periodização (alternância entre estímulos ao longo do tempo) mais efetiva através de microciclos, podendo ser divididos entre dias, mesociclos, podendo ser divididos entre semanas e macrociclo, que é o tempo total previsto para aquele programa de treinamento, algo que pode durar meses”, concluiu. Quer driblar o efeito platô? Conheça abaixo e no link alguns dos diferentes estímulos utilizados pelo treinador Bruno Silva para este objetivo:

Treino A

Aquecimento

Meio burpee – 1×15
Agachamento elevado c/ braços à frente – 1×15
Polissapato – 1×15

Parte principal

Agachamento com carga – 4×12 BISET;
Agachamento com salto – 4×12 BISET;
Stiff – 4×12 BISET;
Elevação Pélvica – 4×12 BISET;
Afundo – 4×12 BISET;
Agachamento isométrico – 4×12 BISET;
Gêmeos em pé 3×15;
Abdominal Completo – 3×15;
Perdigueiro Alternado – 3×15.

Volta à calma

Alongamento de posterior – 3×20 segundos;
Alongamento de quadríceps – 3×20 segundos;
Prancha + mobilidade de quadril – 3×20 segundos;
Prancha + mobilidade de quadril e tronco – 3×20 segundos.

Treino B

Aquecimento

Prancha minhoca – 1×15;
Agachamento + desenvolvimento – 1×15;
Polichinelo – 1×15.

Parte principal

Remada curvada fechada – 4×12 TRISET;
Remada curvada aberta – 4×12 TRISET;
Crucifixo invertido com halter – 4×12 TRISET;
Rosca direta com halter – 4×12 BISET;
Rosca martelo – 4×12 BISET;
Hiperextensão de lombar – 3×15;
Prancha alta tocando os ombros – 4×15;
Meio burpee – 3×15.

Volta à calma

Pose da criança – 3×20 segundos;
Alongamento de pescoço – 3×20 segundos;
Alongamento de peitoral – 3×20 segundos;
Alongamento dinâmico de braços – 3×20 segundos.

Treino C

Parte inicial

Abdominal remador – 1×15;
Agachamento elev braços a frente – 1×15;
Skipping baixo – 1×15.

Parte principal

Flexão de braço – 4×12 BISET;
Supino com halter – 4×12 BISET;
Crucifixo com halter – 4×12 BISET;
Flexão spider – 4×12 BISET;
Desenvolvimento aberto – 4×12 BISET;
Elevação lateral – 4×12 BISET;
Tríceps testa – Método Pirâmide Crescente: 3 séries de 12 repet./10 repet./ 8 repet. s/ intervalo (automaticamente aumenta a carga em 20% quando diminui a repetição).

Volta à calma

Alongamento dinâmico de braços – 3×20 segundos;
Mobilidade de tronco – 3×20 segundos;
Prancha + mobilidade de quadril e tronco – 3×20 segundos.