por Cid Barbosa, campeão da prova em 2015

O Ironman 70.3 Itaipu, em Foz do Iguaçu, se aproxima e este é o momento certo de iniciar os treinos específicos para esta competição. Sem dúvida é a etapa mais bonita do circuito nacional e o percurso em nada se compara aos padrões das demais provas do Brasil, por envolver bastante subidas e curvas tanto na bike quanto na corrida, o que o deixa mais técnico.

Trata-se de uma prova atípica por envolver dois países, Paraguai e Brasil. A etapa da natação é realizada na parte paraguaia da Usina de Itaipu. Os 1.900m são feitos na barragem da Usina, que apresenta bastante marola, sendo, provavelmente, permitido o uso da roupa de borracha. Por isso, vale a pena desde já utilizar a roupa em alguns treinos, para que no dia da prova este acessório lhe ajude mais do que atrapalhe. Como costumamos dizer, ela pode ser sua melhor amiga ou pior inimiga caso você não esteja adaptado com seu uso. Com as marolas, visualizar as boias ao nadar exige uma atenção a mais do atleta e ter uma maior noção de navegação ajuda bastante, o que pode e deve, também, ser treinado.

Terminada a natação, os atletas pegam as bikes ainda na parte paraguaia da Usina e pedalam sobre a parede da barragem até o outro lado, o lado brasileiro, onde será realizado o restante dos 90km. O vento lateral é bastante forte na parede da barragem e é um ponto onde os atletas têm que ter um certo cuidado para evitar uma queda e não comprometer o restante da prova. Entretanto, apenas neste início e em alguns pontos isolados o vento está presente e muito mais lateral do que frontal.

O que torna esta etapa desafiadora é, como falei no início, a sequência de subidas e curvas rápidas. Por esse motivo, inclua treinos de força e subida na sua semana de treinamento. Procure cambiar mais a bike para utilizar sempre a marcha mais adequada e evitar perder tempo e despender energia e força desnecessárias. Costumo falar aos meus alunos de Triathlon que eles não precisam ser os mais rápidos em uma determinada subida e sim mais resistentes, sendo mais importante transpor todas elas e ainda ter “energia” para o restante da prova.

Na parte final da prova, na corrida, que o Ironman 70.3 de Itaipu mostra sua beleza. Nesta etapa o atleta corre em direção à parede da barragem e visualiza toda a beleza do lugar. Uma parte do percurso coincide com o da bike, mas agora vista por outros ângulos. Como nem tudo é só alegria, esta etapa também tem muitas subidas e descidas. Ao sair da transição, o atleta vai no sentido da barragem, como dito, e volta pelo mesmo local para finalizar a prova. A mesma dica da bike serve para a corrida em relação aos treinos. Incorporar treinos de repetição de subida ou simplesmente correr em terrenos com relevo mais acidentado ajudará a desfrutar mais da beleza da prova e sofrer um pouco menos.

Tenho certeza que todos que tiverem o prazer de participar desta etapa sairão de lá com a mesma boa impressão que eu tive no ano passado ao realizar este evento pela primeira vez. Uma prova bem estruturada, desafiadora e que é a cara dos atletas que procuram este tipo de evento. Acredito que o sabor desta conquista será bem mais doce, pois são nas situações mais difíceis que nos superamos e valorizamos todo trabalho realizado.

Boa preparação e boa sorte a todos neste evento!