O número de vegetarianos no planeta não para de crescer. Em 2016, eram cerca de 375 milhões de vegetarianos espalhados pelo mundo. Um deles ajuda a desmistificar a ideia de que a ausência de proteínas vindas da carne, do frango e do peixe atrapalha a força muscular. Trata-se do triatleta alemão Patrick Lange, que este ano bateu o recorde do Campeonato Mundial de Ironman, em Kona, no Havaí, seguindo uma dieta vegetariana.

“Quando me tornei vegetariano, sete anos atrás, meu corpo tornou-se cada vez mais poderoso. A quantidade de tempo que eu precisava para a recuperação ficou mais curta a partir do momento em que comecei a pensar mais sobre o que estava comendo”, diz Lange. “Pensar sobre o que comer é um aspecto importante de qualquer dieta, mas especialmente para os triatleta que não comem carne.”

A dieta de Lange é avalizada por Monique Ryan, especialista em nutrição do Ironman. Segundo ela, uma alimentação vegetariana pode fornecer a quantidade suficiente de macronutrientes que os atletas precisam para suportar a exigência que envolvem os treinos e as disputas das etapas do Ironman. Como a dieta vegetariana enfatiza alimentos ricos em carboidratos, pode ser benéfica ao triatleta. “O que não pode acontecer em hipótese alguma é retirar a proteína animal e não substituir por nada”, adverte ela.

“Uma dieta vegetariana consiste principalmente em vegetais, e talvez alguns produtos lácteos e ovos, dependendo do atleta”, afirma Ryan, que acrescenta que, para que as necessidades energéticas sejam supridas, é preciso que o atleta coma uma quantidade elevada de calorias em dias de treinamento com alto volume. Para ela, feijões e lentilhas são excelentes fontes de proteína, assim como o leite e o iogurte.

Para que a dieta vegetariana não seja associada a uma possível fraqueza, carboidratos e gorduras são essenciais para garantir a construção e manutenção dos músculos, além de fortalecer o sistema imunológico. Lange aconselha que o nível da vitamina B12 deve ser testado regularmente.