Entrevista Luis Ohde, top 10 no Ironman Florianópolis em sua estreia na elite

Atualizado em 20 de setembro de 2016
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vo2_300Nós conversamos com o jovem atleta sobre sua incrível estreia na elite.

MundoTRI: Luis, você não teve o resultado que esperava e que poderia ter em Kona. Por que decidiu ir para o pró e não tentar mais um ano no Havaí?

Luis Ohde: A decisão de virar profissional em provas de Ironman não teve muito a ver com meus resultados (até porque não tive muitos desde o Ironman Floripa 2015) e sim onde quero e posso chegar como profissional. Minha vontade de viver do esporte é o que mais pesa na decisão, se quero ser profissional preciso estar entre eles.

Kona foi uma prova muito dura pra mim, 14 dias antes da prova fui atropelado chegando de um treino de ciclismo. Fiz uma fissura no joelho que me impediu de pedalar por 5 dias e de correr por 10 dias, além de ter a bike quebrada ao meio. Fiz a prova com um pouco de dor e o 4º lugar me deixou muito feliz, a prova lá é muito difícil e espero voltar o mais breve possível, dessa vez como profissional.

MundoTRI: Você manteve o mesmo volume de treinos de quando competia como amador? O que mudou na rotina?

Luis Ohde: Diminuímos o volume, aumentamos bastante a intensidade de alguns treinos e acrescentamos mais descanso, fortalecimento e massagem. Por sorte meu técnico é muito inteligente, sabe bem como eu “funciono” e entende bem do assunto Ironman (risos). Em 2015 para meu primeiro ironman como amador treinei muito volume pra formar uma boa base.

MundoTRI: Muitos atletas migram para o profissional e sentem a pressão psicológica, o que não parece ser seu caso. Como lidou com essa questão?

Luis Ohde: Não sei responder muito bem essa pergunta. Acho que é natural, pode ser porque eu cresci no meio, ou por conviver bastante com o Guilherme Manocchio e outros profissionais, ou porque sou tranquilo mesmo. No domingo só queria ir lá e fazer o meu melhor.

MundoTRI: O que o Gui Manocchio lhe ensinou de mais importante que você usou na prova para conquistar o top 10?

Luis Ohde: Literalmente, tudo! Não só nos treinos, mas fora deles também, é um conjunto enorme de coisas. Relacionado à performance, ele me mostrou na prática qual o ritmo da prova e o que acontece durante a disputa no profissional.

“A decisão de virar profissional em provas de Ironman não teve muito a ver com meus resultados e sim onde quero e posso chegar como profissional. Minha vontade de viver do esporte é o que mais pesa na decisão, se quero ser profissional preciso estar entre eles.” Luis Ohde

MundoTRI: Em que momento da prova percebeu que teria mesmo um grande dia?

Luis Ohde: Na semana da competição já tive sinais que faria uma boa prova caso não cometesse algum erro, com o corpo descansado fiz treinos que me motivaram muito e me fizeram acreditar que seria possível.

Durante a prova tive alguns momentos que me deixaram literalmente de cabeça feita. Sair no retorno da natação e ver Igor, Tim don, Brent e cia no grupo que eu estava foi demais… Sair pra pedalar e até o km 115 estar entre os 10 com o grupo dos “leões” na frente e o grande grupo atrás também foi muito legal. Mas o momento que literalmente falei “hoje é o dia” foi quando fiz temida subida da igrejinha correndo, treinei muito pra fazer aquilo e consegui, fiquei feliz demais lá em cima!

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MundoTRI: Essa foi a maior emoção de sua vida esportiva?

Acho que nada se compara a emoção do primeiro Ironman, como tive ano passado. Contudo, fiquei bem emocionado no domingo, minha família toda e amigos estavam lá e a sensação de dever cumprido foi ótima na chegada.

MundoTRI: Qual o caminho agora que as portas para Kona se abriram? Acredito que tenha que fazer mais um Ironman, certo?

Kona agora é realmente uma realidade que está por vir, acredito que este ano não será possível. Ainda não decidimos o que vamos fazer no segundo semestre, mas o foco com certeza será Kona 2017 e talvez chegar como o mais jovem no startlist.

MundoTRI: Como vê suas chances de chegar ao Havaí ainda este ano?

Eu já deveria ter pontuado um pouco mais até aqui para ter grandes chances de embarcar pra Kona, deveria ter feito alguns 70.3 antes de Floripa, mas não foi possível, afinal atletas também sentem a crise! (risos)

MundoTRI: Algum agradecimento especial pela conquista?

Gostaria de agradecer em primeiro lugar a minha família por acreditar e investir no meu futuro. Meus patrocinadores, GP Parking e Seleção paranaense de triathlon. Também agradeço meus amigos e apoiadores pela força que me dão e toda a galera que estava em Floripa torcendo debaixo de chuva, em especial a galera da Manocchio Team, vocês foram demais!

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