Triathlon e corrida de rua são esportes análogos, afinal ambos incluem o exercício de correr. Mesmo assim, o biótipo físico dos atletas das duas modalidades não é diferente. Triatletas costumam ser mais fortes que corredores, o que é reflexo direto do tipo de treinamento disponibilizado aos praticantes de cada modalidade. Essas diferenças técnicas, porém, não impedem que um especialista em triathlon se transforme em uma referência no treinamento de corrida de rua. Esse é o caso do norte-americano Ryan Bolton, ex-atleta olímpico, que se consagrou no último domingo após a maratona de Boston, vencida pela queniana Caroline Rotich, com o tempo de 2h24min55s.
Quando venceu em Boston, os olhares da imprensa internacional se voltaram para Rotich e, consequentemente, para seu treinador. E o que mais surpreendeu o mundo da corrida é que Bolton era não tinha histórico como corredor, mas sim como triatleta.
“As pessoas me perguntam por que eu sou treinada por um alguém que divide sua atenção com outros dois esportes (natação e ciclismo). Bem tudo que posso dizer é que é a minha escolha. Eu confio no que ele faz e estou vendo os resultados na minha corrida”, diz Rotich, em entrevista ao site Iron Competitor.
Histórico de Bolton como triatleta
Bolton, hoje referência como treinador, foi pioneiro do esporte em Jogos Olímpicos. Em 2000, quando tinha 27 anos, representou a equipe olímpica dos EUA nos Jogos de Sydney, na Austrália – os primeiros em que a modalidade foi disputada.
Apesar de representar os EUA, um dos países em que o triathlon é mais forte, o desempenho do treinador naquela Olimpíada foi discreto: 25o lugar. Em 2004, depois de uma carreira com altos e baixos – entre os altos, uma vitória no Ironman de Lake Placid, em 2002 –, Bolton se aposentou das provas para estudar psicologia. Em 2006, voltou ao meio do esporte, ao se tornar treinador, primeiro de triathlon.
Sobre sua migração para corrida e sua relação com Rotich, Bolton explica: “Eu me aproximei de um grupo de africanos, quando eu me mudei para Santa Fe (Califórnia), daí veio a relação com Caroline”, diz o técnico, que, mesmo ex-triatleta, garante que sua preferência desde sempre é correr. “Eu comecei a treinar triathlon em 2006, mas minha paixão sempre foi a corrida. É a minha base”.
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