Pela terceira vez consecutiva, o paulista Ivan Albano conquistou o lugar mais alto no pódio no Campeonato Sul-Americano de Ultra Distância UB515, que este ano passou a se chamar Erdinger Alkoholfrei UB515 Brasil Ultra Triathlon, por conta do patrocínio da marca de cerveja. A prova, que é a única da América do Sul na distância Ultraman, aconteceu nos dias 1, 2 e 3 de abril, com percurso entre Ubatuba e Rio de Janeiro.

No primeiro dia da disputa, os 28 competidores nadaram 10 km e pedalaram 145 km. Logo na primeira etapa, Ivan dominou a prova, encerrando o dia com 7h18min12seg, mais de uma hora à frente do segundo colocado, Tales Camargo, que fechou com 8h19min16seg. Em terceiro lugar ficou o triatleta César Momesso, com 8h34min53seg.

No segundo dia do UB515, os atletas enfrentaram 276 km de pedal entre as cidades de Paraty e Itaguaí. Mais uma vez, Ivan fechou o percurso na frente, com o tempo de 8h28min55seg, seguido novamente de Tales, que fez 8h59min28seg. Apesar de João Claudio Schena ter fechado em terceiro, no acumulado a posição se manteve com César, que completou o percurso em 9h41min14seg.

O terceiro e último dia de prova foi marcado pela dupla maratona. Ivan e Tales correram lado a lado boa parte dos 84,4 km, porém no final Ivan conseguiu abrir 9 minutos de vantagem e encerrou a prova com 7h07min50seg, estabelecendo um novo recorde na etapa. No geral, Ivan Albano fechou com 23h04min57seg, seguido de Tales Camargo, que fez 24h35min11seg, e de César Momesso, com 25h52min27seg.

Única mulher na prova, Lívia Bustamante fechou os 515km totais da competição na 9ª colocação geral, com o tempo de 28h23min16seg.

Inclusão e superação
A terceira edição do UB515 também foi marcada por um feito inédito, protagonizado pela equipe T3 Iron Team, que teve à frente Reinaldo Abunasser Bassit, atleta, nutricionista e vice-campeão da prova em 2015. Mais conhecido como Tubarão, Bassit completou o percurso do desafio conduzindo três deficientes físicos, que se revezaram durante as etapas. Patrocinada pelo Roldão Atacadista, a equipe foi a pioneira em promover a inclusão no UB515.

Os participantes escolhidos para encarar o desafio foram: Mara Cristina Gabrilli, 48, deputada federal de São Paulo, psicóloga e publicitária, que ficou paraplégica após sofrer um acidente de automóvel aos 21 anos; Danielle Nobile, 30, professora de inglês, que também ficou paraplégica após um acidente de carro e hoje ocupa a 3ª posição no ranking nacional no paraciclismo; e Filipe dos Santos Magela Ribeiro, 24, fraturou três vértebras (T12, L1 e L2) andando de moto e hoje participa de provas de ciclismo com HandCycle.

A equipe contou com equipamentos adaptados (catamarã, bicicleta e cadeira adaptada) para conduzir os três deficientes físicos. Segundo Tubarão, o objetivo da iniciativa foi arrecadar dinheiro para a compra de novos equipamentos, além, claro, de promover a inclusão social. “A ideia é mostrar que os deficientes físicos podem participar de provas de triathlon, independentemente da distância, junto com seus pais ou amigos”.

No segundo dia de prova, contudo, devido a uma corrente quebrada na etapa de ciclismo, o triatleta não conseguiu completar o percurso dentro do tempo limite de 12 horas. Mas o fato não impediu a equipe de se manter na competição e registrar no Guinness Book o recorde da maior distância percorrida conduzindo um cadeirante em uma prova de Ultraman.