A timidez de Pâmella Oliveira destoa de sua gana nas competições de triathlon. A atleta capixaba de 31 anos já passou por muitas fases no esporte. Mas, sem dúvida, 2018 foi a temporada mais proveitosa de sua carreira.
Ela ficou em quarto lugar no Mundial de Ironman 70.3 que aconteceu em setembro, surpreendendo a todos, mas, principalmente, a si própria. À frente de grandes nomes do triathlon mundial, ela se tornou uma das melhores do mundo na África do Sul, em outubro deste ano, e a melhor brasileira da história em Mundiais de 70.3.
Não obstante, duas semanas depois conquistou o bicampeonato do Ironman 70.3 Rio de Janeiro, com o tempo de 4h18min01s — e ainda bateu o recorde da prova, com 15 minutos de folga sobre a segunda colocada.
“Nem estava preocupada com o tempo, mas é muito bom. Fico feliz em voltar um ano depois e saber quanto evoluí”, comemora. “Talvez eu não fizesse nem metade do que faço se não fosse a competição. Gosto de todo o processo de treino para que eu consiga me sentir bem na prova. Quero dar o meu melhor e conseguir”, disse à O2.
Pâmella foi contra todas as alegações de que não seria uma boa triatleta ao migrar da natação, esporte que praticava desde os 5 anos, para o triathlon, a convite da Confederação Brasileira.
“Isso foi aos 19 anos, quando abriu em Vila Velha (ES) um Centro de Treinamento masculino e eles começaram a treinar no meu clube. Comecei a ouvir histórias, saber mais, entender o que era o esporte. O interesse cresceu conforme eu me sentia estática e desgastada na natação. Fui me apaixonando”, relembra.
Estreou em 2007 e tornou-se afiada nas provas de sprint e triathlon olímpico.
“Fui morar em vários lugares depois do CT (o centro de treinamento feminino). Fui para São Carlos (SP), fiquei um ano e meio no Sesi. Depois de lá fiz uns testes para treinar em Portugal, em um projeto da Confederação Brasileira, já pensando nos Jogos do Rio. Em 2011 fui para Portugal e morei lá até 2016. Foram oito atletas e só eu fiquei até o final”, afirma. Foi aí que começou a “treinar sério”, como define.
Regressou ao Brasil e investiu nas distâncias maiores. “Este ano (2018) começou bem ‘em cima do muro’. Fiz provas de longa distância no início do ano para me classificar para o Mundial e como forma de treinar e evoluir. Depois parei e fiz alguns treinos voltados para provas mais rápidas. Mas não tivemos tempo suficiente para treinar para esse objetivo e não tive resultados bons”, diz a atleta capixaba.
Depois da insatisfação com seu desempenho nas provas curtas, Pâmella Oliveira voltou sua atenção para as longas distâncias. Mas percebeu que tal variedade em seu esporte não lhe renderia boas colheitas.
“Meu técnico sentou e conversou comigo, e concordamos que essa inconstância não dava certo. Já fui a dois Jogos e não tive os resultados que queria. Acreditava que poderia participar uma terceira vez, mas as coisas acontecem e a gente tem que remar a favor sempre. Não tem por que ficar remando contra e, nesse caso, a maré a favor era a longa distância; tudo fluiu para isso.”
Acertado o objetivo, Pâmella Oliveira despontou e tudo se encaixou: o quarto lugar no Mundial de Ironman 70.3, o ótimo desempenho no 70.3 do Rio de Janeiro e o título de melhor triatleta brasileira em provas dessa modalidade.
“Agora é pensar o planejamento de 2019. Quem sabe um Ironman”, fala a capixaba, que também foi campeã do Ironman 70.3 de Florianópolis em abril.
Além da participação em provas nacionais e internacionais do Circuito Mundial, quatro anos após sua estreia no triathlon, Pâmella Oliveira levou o bronze nos Jogos Pan-Americanos 2011, em Guadalajara (México). No ano seguinte, competiu nos Jogos Olímpicos de Londres e, em 2016, disputou sua segunda Olimpíada no Rio de Janeiro.
“É meu ar. Desde que me entendo por gente, com 5 anos, eu vivo o esporte. Consegui muita coisa, bolsa de estudo em faculdade. Lembro que em casa estávamos sem geladeira porque tinha quebrado e minha mãe precisou jogá-la fora. Foi o dinheiro do esporte que me permitiu comprar uma nova. Aí veio o computador, depois nossa casa própria. Tudo veio do esporte. Ele me transformou em quem eu sou, me ensinou tudo que eu sei. É minha vida.”
Recentemente, Pâmella Oliveira iniciou o acompanhamento psicológico para lhe dar mais segurança como atleta. “Entendi a relação da mente com o esporte. É importante esse tipo de direcionamento para nós, atletas profissionais, que vivemos na pressão. Nunca tive nenhum tipo de atendimento assim e acho que pode ter feito falta.”
“Participar dos Jogos de Londres foi muito especial. Foi uma surpresa, porque poucas pessoas acreditaram que eu realmente conseguiria essa vaga. Fui com a intenção de fazer o meu melhor e dar ali tudo que eu tinha. Infelizmente teve uma queda na escapada de um grupo de seis meninas na frente. Eu estava muito bem, super em forma, mas não era pra ser. Terminei e fiz um excelente tempo de corrida, mas não me deu uma boa colocação. Mesmo assim, saí orgulhosa de mim e do meu resultado.”
“Fui mais veterana, foquei muito em conseguir chegar da melhor forma possível, porque eu já havia conseguido a vaga há um ano. Queria um bom resultado no meu país. Mas fui mal na prova, fiquei decepcionada. A corrida foi ruim. Depois dessa experiência, fiquei meio sem rumo no triathlon. Tirei umas férias e não tinha pretensão nenhuma de voltar a treinar. Em certo momento achei que não teria mais vontade. Mas quatro semanas depois senti aquela vontade maluca de voltar a treinar e deu tudo certo.”
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