Em outubro do ano passado, o triatleta britânico Tim Don estava no quarto de um hospital havaiano, recuperando-se de uma fratura que poderia tê-lo deixado tetraplégico. No último domingo (24), ele coroou uma volta por cima incrível ao vencer o Ironman 70.3 da Costa Rica. O primeiro lugar, alcançado ao concluir 1.9 km de natação, 90 km de ciclismo e 21.1 km de corrida em 3h49min59s, foi a cereja do bolo de uma história recheada de dor, sofrimento, incertezas, superação e glória.
Cinco meses antes de ser atropelado em Kona, a dois dias da etapa mais badalada do calendário do Ironman, o Campeonato Mundial, Don havia chegado ao recorde mundial da franquia em Florianópolis. Aos 39 anos, ele atingia a marca de 7h40min23s e, consequentemente, ao melhor momento de sua carreira.
O ápice, no entanto, foi interrompido de maneira trágica a dois dias da disputa do Ironman de Kona. Atropelado por um caminhão enquanto treinava ciclismo no Havaí, ele quebrou o pescoço e não perdeu a vida por um milagre. Poucos dias depois do acidente, o britânico e sua esposa ouviram de um neurocirurgião as opções que teriam dali em diante.
O caminho mais natural, escolhido por 95% dos pacientes que têm a mesma lesão, seria optar por uma cirurgia que unisse suas vértebras, mas que limitaria sua mobilidade para o resto da vida. Pelo amor ao esporte que praticava profissionalmente há duas décadas, ele decidiu seguir o caminho mais doloroso: a instalação de um halo de proteção em sua cabeça. Quatro parafusos de titânio perfuraram sua cabeça para fixar a estrutura que o acompanharia pelos próximos três meses.
Chamado de “dispositivo medieval de tortura” por Don, o halo cumpriu seu papel e devolveu o triatleta aos treinos. A primeira meta era participar da Maratona de Boston, em abril. Com o auxílio de um protetor de pescoço – mais flexível que o halo -, ele fez boa parte de sua preparação para a major americana.
Debaixo de muita chuva, o atleta de 40 anos voltou a sentir o gostinho das competições e, sete meses depois de quase perder a vida, concluiu a Maratona de Boston em 2h49min.
“Aquilo me proporcionou tanto alívio… Falei para mim mesmo que todas aquelas sessões loucas de recuperação e treinamento valeram a pena”, afirmou Don. “Também me trouxe a confiança de saber que eu estava contruindo o caminho certo.”
Sua perseverança foi premiada de forma épica no último domingo, quando fez sua primeira competição de Ironman após o acidente. Na Costa Rica, Don terminou a competição à frente do australiano Ryan Fisher e do brasileiro Santiago Ascenço, segundo e terceiro colocados, respectivamente.
Embora esteja satisfeito pela vitória, o determinado britânico já definiu sua próxima grande meta: quer se classificar para Kona para consolidar seu renascimento. A prova está marcada para o dia 13 de outubro.
“Se eu for para Kona, não quero apenas terminar. Quero ir para ser competitivo e dar o melhor de mim.”
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