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Em águas abertas, as ondulações e a necessidade constante de orientação exigem que o atleta tenha pleno controle de sua respiração, adotando a técnica correta e sabendo identificar quando é preciso segurar o fôlego por algumas braçadas. Dona de uma das melhores natações entre as mulheres do Ironman na atualidade, a americana Haley Chura conta que costuma respirar a cada duas braçadas durante as provas, pois não acha vantajoso prender a respiração na competição, a não ser que seja para evitar beber água ao ser atingida por uma onda ou pela marola. A seguir, confira outras dicas para melhorar sua técnica de respiração em águas abertas daquela que é conhecida no circuito mundial como Super Fish (superpeixe).
Respiração bilateral
Embora nas provas não seja imprescindível respirar bilateralmente, é importante ter domínio da técnica. Assim, é possível contornar situações desfavoráveis como ondas ou marolas batendo no rosto, sol dificultando a visualização das referências ou boias na direção oposta à da respiração.
Respire quanto quiser
Mesmo que executada a cada ciclo de braçadas (2×1), a respiração em águas abertas jamais será excessiva ou mesmo tão frequente quanto na corrida ou no ciclismo, modalidades nas quais não há necessidade de apneia durante alguma fase do movimento. A americana afirma que o mais importante é se sentir confortável, mesmo que isso signifique respirar em duas ou mais braçadas consecutivas. No entanto, em momentos tumultuados — como largadas ou contornos de boias —, reduzir a frequência de respiração, mantendo a cabeça mais tempo submersa, pode ajudar a controlar a ansiedade, evitando a sensação de pânico ou afogamento.
Expire dentro d’água
Para minimizar o risco de engolir água durante a respiração em águas abertas, levante a cabeça um pouco mais que o normalmente executado na piscina e gire o rosto levemente para trás, como se olhasse por cima do ombro. Inspire nessa posição e, assim que colocar o rosto na água, expire. Não tente soltar o ar quando o rosto já estiver fora da água, pois isso tomará segundos preciosos na hora de inspirar.
Orientação primeiro, respiração depois
Para enxergar as boias e outras referências do percurso, tire parte do rosto da água e olhe para a frente — “como um jacaré”, ensina Haley —, mas não respire ao fazer isso. Depois de orientar-se, gire o rosto, voltando-o para o lado e para trás; só então respire.
Faça séries na piscina usando um snorkel
O modelo de snorkel específico para o esporte é fixado na testa e centralizado em relação ao rosto. Ao utilizá-lo, o nadador não precisa tirar o rosto da água durante as séries, podendo observar a fase submersa de sua braçada e concentrar-se em manter a cabeça alinhada com o tronco e na altura correta. Além disso, o equipamento exige bom controle da respiração, com ênfase na expiração — o que é perfeito para replicar na piscina algumas das exigências das águas abertas.
Por Ana Lídia Borba
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